No início da próxima semana o Atlético Goianiense chegará a dois meses sem atividades em seu centro de treinamentos. O clube suspendeu os treinos a partir do momento em que as competições foram paralisadas e com isso os atletas receberam guias do preparador Jorge Sotter para poderem treinar “home office”.
“Estou fazendo o que o nosso preparador físico passou em uma planilha, tentando seguir o que foi orientado. Como a academia do prédio está fechada, essa parte da corrida eu procuro fazer em uma rua atrás do condomínio que não passa ninguém. Espero um horário bom, sem movimento e consigo fazer essa atividade que é muito importante para nós”, revelou o volante Marlon Freitas à Sagres 730.
Com a dificuldade de improvisar alguns treinos específicos, muitos jogadores estão ansiosos e querem retomar as atividades no CT. Essa é a opinião do camisa 8, que inclusive lamentou a postura do governador Ronaldo Caiado nesta questão. Em entrevista à Sagres, o político descartou qualquer tipo de flexibilização.
“É difícil, até porque eu estava de acordo com o retorno dos treinamentos com todas as aquelas restrições e cuidados que estavam sendo passados. Agora que o Governador disse que não existe mais essa possibilidade até então, é complicado. Nós estamos em casa fazendo o que é possível, adaptando os treinamentos e improvisando bastante. Mas é uma situação complicada, porque uma coisa é você treinar sabendo quando vai jogar, outra coisa é estar sem equipamentos para fazer um grande treino e não ter uma data para poder atuar. Eu sou muito de acordo em voltar os treinos”.
O volante ressaltou que estaria em segurança treinando no CT, principalmente após o protocolo desenvolvido pelo departamento médico do clube. O guia entregue aos profissionais que estarão no dia a dia dos treinamentos prevê evitar o contágio e a proliferação do coronavírus entre os atletas e integrantes da comissão técnica.
“Tomando todo aquele cuidado que o Atlético sempre toma, até mesmo antes da pandemia o Atlético sempre foi um clube muito exemplar. Creio que sim (sentiria seguro), são várias formas para você voltar. Não falo só no futebol, mas em modo geral também. Acredito que é possível separar em grupos e colocar em horários diferentes. Eu concordo em voltar, estava até esperançoso em receber uma mensagem do clube dizendo “na próxima segunda-feira vamos retornar”. Agora você me deu um banho água fria, todavia temos que acatar, não tem o que fazer. Vamos esperar que tudo se normalize”, analisou.
Por fim, Marlon Freitas comentou o acordo de redução salarial que o elenco fez com a diretoria. O reajuste é de 33% dos vencimentos a partir do mês de abril e será válido enquanto o futebol estiver paralisado. Entretanto, se o rubro-negro permanecer na Série A, o valor será reembolsado ao final da competição.
“Todos entraram em acordo (jogadores e presidente). Não gosto muito de falar sobre isso, mas acho que é necessário nesse momento que estamos passando e os clubes também. É um fôlego a mais que dá pra gente. Independente da parte financeira, a gente poder honrar o clube que coloca o alimento dentro das nossas casas e poder defender a camisa do Atlético que é muito pesada no cenário nacional. Assim, conseguirmos os objetivos e um deles, a permanência do clube na Série A”, concluiu.