A cidade de Pirenópolis é uma das joias de Goiás e o fato é que alguns tratam os monumentos históricos como acessórios. Nelas, a protagonista é a história, não supostas tradições criadas pela galera do mal, que numa hora dança catira e noutra se acaba no funk e no sertanejo universitário. O “piri” que interessa é Pirenópolis, não piriguetes. Quem promove encrencas no paraíso turístico goiano não é a gente ordeira e respeitosa, respeitada e respeitável; não são os moradores locais ou goianos de diversas outras paragens. Os bagunceiros estão em um grupo de vândalos, originários sobretudo de Brasília.

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A Festa do Divino com suas cavalhadas, uma das mais tradicionais do Brasil, é atração em dezenas de municípios e a principal do calendário de Pirenópolis. Os eventos não ocorrem somente no Cavalhódromo, mas também pelas ruas da cidade. Os personagens são os mouros e os cristãos, que se enfrentam em batalhas com o resultado de sempre. Mas não apenas os mouros sofrem. Ocorrem crimes cada vez mais graves e os suspeitos são integrantes da turma de vândalos. Eles se aproveitam de uma tradição, a de usar máscaras durante a festa. Com isso, a autoria dos delitos dificilmente é descoberta.

Uma solução apontada foi identificar os mascarados. Há tempos é esperada a providência e há tempo de providenciar para a próxima festa, no fim de maio. As autoridades têm de saber quem usa determinada máscara e as pessoas encontradas sem cadastro devem ser levadas para a delegacia. Quem anda dentro da lei não se sentirá constrangido. Quem desvia a conduta é que reclama do constrangimento.

Se Pirenópolis, que recebe mais turistas, solucionar o conflito, será ótimo para as demais localidades com Festa do Divino. A máscara tem de ficar apenas no rosto, não no procedimento. O turista, o folião, o mascarado, o morador se sentirão mais seguros, as famílias vão ficar tranquilas. Não se trata de violar uma tradição. Trata-se de não tornar tradicional a violência.