A tarde de domingo (12) teve registros de manifestações espalhadas pelo Brasil contra o presidente Jair Bolsonaro, organizadas pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e pelo Vem Pra Rua. Em Goiânia, os manifestantes se concentraram na porta da sede da Superintendência da Polícia Federal e além das críticas ao atual chefe do executivo nacional, haviam cartazes contra o ex-presidente Lula e em apoio a Lava Jato.

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Em entrevista à Sagres, os coordenadores do MBL em Goiás, João Victor Ribeiro e do Vem Pra Rua, Ana Cláudia de Medeiros, afirmaram que o público atendeu as expectativas de ambos, pelo cenário da pandemia e pelo tempo que as manifestações não eram realizadas. “Foi uma grande vitória, um público novo, bem engajado que apareceu lá, que representam o começo do fim do governo Bolsonaro”, afirmou João Victor.

Ana Clara encontrou mais motivos para a baixa adesão neste primeiro protesto e explicou que o Vem Pra Rua passa por reestruturação neste ano após perder sete coordenadores. “Eu já imaginava que fosse ser essa quantidade. Goiás é um estado bem Bolsonarista e nós temos dificuldades em trazer essas pessoas de volta. Mas, aos pouquinhos, as pessoas vão acordando”.

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Além de considerarem um bom número de presentes para uma primeira manifestação, ambos projetam que nos próximos atos a adesão será maior. “Na época do Fora Dilma, eu não participava ativamente da organização, mas segundo relatos de quem participou, [as primeiras manifestações] eram até menores do que a que a gente fez ontem. […] Eu acredito muito que nós estamos construindo um trabalho sólido e que no futuro nós faremos manifestações maiores“, declarou o coordenador do MBL.

No mesmo caminho, a coordenadora do Vem Pra Rua relembrou que a primeira manifestação do grupo tinha apenas 15 pessoas. “Nós fomos as ruas ontem para mostrar para as pessoas que nós estamos aqui, que estamos na luta, que não desistimos do Brasil. Nós fizemos o nosso papel, nós deixamos o nosso recado, o pessoal vai começar a acordar na hora certa, tenho certeza, nós não vamos parar nessa manifestação”.

Partidarização das manifestações

João Victor explicou que como os protestos atuais pedem o impeachment do presidente Jair Bolsonaro, é necessário que haja a adesão de diferentes partidos que compõem a Câmara dos Deputados. Já Ana Cláudia afirmou que, “particularmente”, não é a favor da presença de candidatos, mas que as pessoas que os seguem e tem o mesmo perfil do Vem Pra Rua, de “nem Lula e nem Bolsonaro, são bem-vindos”.

Psol e PT

Quando a data prevista para a manifestação se aproximou, o MBL e o Vem Pra Rua abriram o movimento para os partidos de esquerda. Porém, houve certa resistência de siglas como o PT e o Psol. “Eles não abraçaram a manifestação, foram até contra. Se não querem participar, vida que segue, a gente tem um presidente que está prejudicando o Brasil todos os dias, para a gente derrubar e é isso que vamos fazer, com eles ou sem eles”, declarou o coordenador do MBL sobre a questão.

A coordenadora do Vem Pra Rua, Ana Cláudia, foi além e afirmou que a presença de Psol e PT pode acabar com o Movimento. “A moral, a ética, eles não têm isso. Como é que você se mistura a esses dois partidos que destruíram o país? Eu, particularmente, não consigo estar no mesmo local que a ala petista, porque eu luto contra a corrupção e eles são 100% corruptos”.

Assista as entrevistas no Sinal Aberto: