As Paralimpíadas de Paris começam no dia 28 de agosto. Para milhares de atletas espalhados pelo mundo, participar dos jogos significa a realização de um sonho, no caso dos paratletas, a inclusão através do esporte e a superação dos limites do corpo humano.

Consolidado como uma potência no esporte paralímpico, o Brasil se prepara assim para ir além de Tóquio 2020, quando conquistou 72 medalhas. Apesar de não haver uma projeção, a expectativa é que a delegação supere sua melhor marca.

“Os desafios começam na base, pois para chegar com uma equipe qualificada, foram feitos muitos treinamentos, uma verdadeira gestão esportiva. Desde as competições escolares, que fomentam o esporte paralímpico brasileiro, até chegar o patamar que estamos hoje. Estive nos últimos meses nos mundiais de atletismo e natação e halterofilismo, e só nessas três modalidades, superamos o nosso total de medalhas de ouro que conquistamos em Tóquio. Certamente vamos para Paris com uma equipe extremamente qualificada pra bater o nosso recorde de Tóquio”, ressalta Yohansson Nascimento, vice-presidente do CPB – Comitê Paralímpico Brasileiro.

Trabalho de base

Ex-atleta paralímpico, dono de cinco medalhas conquistadas em Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016, Yohansson deu mais detalhes sobre o trabalho do CPB com os atletas de base. A Escola Paralímpica de Esportes serve como alavanca na descoberta de novos talentos, além de servir como instrumento de inclusão para pessoas com deficiência.

Atletas paralímpicos do Brasil Foto: Instagram

“Eu fui descoberto por acaso. Como seria minha vida se não tivesse me encontrado por uma professora de educação física, que viu que eu não tinha as mãos e me chamou para treinar? Hoje o Comitê faz um trabalho de base, de escolas paralímpicas espalhadas por todos o Brasil. Temos a felicidade em saber, que estamos em todos os estados do país, com 67 centros de referências, justamente pra que uma pessoa com deficiência, um aluno do ensino público ou particular, queira entrar no esporte paralímpico”, explicou o ex-atleta

“Ele vai saber que na sua cidade tem um local de inclusão. Estamos fomentamos mais atletas pra que sejam o futuro do esporte paralímpico brasileiro. Se o jovem não virar um atleta, pelo menos pode ser incluído na sociedade através do esportes”, completou Yohansson.

Vagas garantidas

De acordo com o dirigente, o CPB projeta contar com pelo menos 300 atletas em Paris. Vôlei sentado, goalball, ciclismo, tiro com arco, atletismo, natação, canoagem e futebol de cegos são alguns dos esportes em que brasileiros já estão qualificados.

“Nosso objetivo é estar nas 22 modalidades que existem nos jogos paralímpicos. Estamos com uma estimativa boa, pra que no mínimo, a gente esteja em 20 modalidades. Ainda tem muita coisa para acontecer, mas teremos uma das maiores delegações da nossa história”, detalhou Yohansson.

Abertura e história

A primeira edição dos jogos paralímpicos aconteceu em Roma, 1960. Já a primeira participação brasileira foi em Munique, 1972. Para a edição 2024, a exemplo dos Jogos Olímpicos, a cerimônia de abertura acontecerá na Praça da Concórdia e na famosa avenida Champs-Élysées, cartões-postais da capital francesa.

“Estar entre os melhores atletas do mundo e voltar com uma medalha no peito é fantástico. Sobre a abertura, Paris já tem um charme. Se eu fosse um atleta, ficaria extremamente feliz porque o desfile será aberto ao público”, disse Yohansson, que tem como ídolos no esporte paralímpico, o velocista Antônio Delfino de Souza, e ainda na atleta Roseane Ferreira do Santos, do arremesso de peso e lançamento de disco.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU): ODS 3 – Saúde e bem-estar, ODS 10 – Redução das desigualdades e ODS 16 – Paz, justiça e instituições eficazes

Podcast

Há 30 anos, o programa Debates Esportivos faz parte da rotina do torcedor goiano com os principais fatos do esporte em Goiás com transmissão pela Rádio Sagres 730 AM. Em novo formato e diversas plataformas, você confere o mais respeitado podcast do esporte goiano.

Ouça o Debates Esportivos no seu agregador favorito

Confira edições anteriores do Debates Esportivos