Os médicos credenciados ao Instituto de Assistência à Saúde Social dos Servidores Municipais de Goiânia (Imas) decidiram, em assembleia geral, paralisar o atendimento a consultas médicas a partir da 00h desta segunda-feira (28).

O motivo é a não quitação das faturas em atraso e a reposição das perdas inflacionárias acumuladas nos últimos três anos. A nova greve acontece pouco mais de três meses depois da última mobilização, realizada entre 25 de janeiro e 8 de fevereiro. O secretário de assuntos jurídicos do Sindicato dos Médicos de Goiás (Simego), Robson Azevedo, reitera que o Imas não cumpriu com o acordo feito em fevereiro, e que o movimento é uma forma de chamar a atenção da prefeitura.

“O Ímas se reuniu com a gente naquela época e estabeleceram-se acordos de cronograma de pagamento de faturas, de reajustes de valores e isso não foi cumprido. Então os médicos se reuniram na semana passada e determinaram uma nova paralisação, a partir da meia-noite de hoje relativo às consultas eletivas. São formas de chamar a atenção e de chamar a prefeitura para uma negociação e que os acordos sejam cumpridos”,

De acordo com o presidente do Simego, as faturas estão atrasadas há seis meses, e diz que não entende o motivo pelo qual o pagamento não é realizado, uma vez que os repasses são feitos diretamente da folha do servidor.

“Esse dinheiro está em algum lugar e eu não sei. Acho que cabe ao Ministério Público, à Câmara de Vereadores investigar e descobrir qual foi o destino dado a esse recurso que, eu volto a dizer, ele não pertence à prefeitura e sim ao servidor.

Ainda segundo Robson Azevedo, a paralisação ocorrerá por tempo indeterminado. Entretanto, o atendimento a emergências e demais procedimentos serão mantidos.

Presidente do Imas se diz suspreso com greve

A paralisação surpreendeu o presidente do Imas, Fernando Evangelista. Segundo ele, o instituto vem sim cumprindo o acordo, que foi estabelecido no dia 5 de fevereiro. Evangelista ressalta que o único atraso se deve à troca do banco de pagamento, que passou do Banco do Brasil para a Caixa Econômica Federal.

Ouça a entrevista do presidente do Imas ao repórter Vinícius Tondolo, da Rádio 730 

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“Isso atrasou em 14 dias o processo de pagamento. O restante está fluindo normalmente. Hoje, na realidade, as faturas que estão em atraso são as de novembro, dezembro e janeiro. As últimas nós pagamos. Alguns médicos estão com atraso por outros motivos, que é a questão do empenho que foi anulado ou porque eles devem alguma coisa para a prefeitura e estamos impedidos de fazer o pagamento enquanto estes não quitarem os débitos”, destaca.

Ainda segundo Evangelista, o dinheiro recebido pelo Imas tem sido integralmente utilizado para o pagamento de faturas. A reunião com o Simego está marcada para esta terça-feira (28), a partir das 11h da manhã, na sede do Imas.