Médicos em todo estado de Goiás irão paralisar o atendimento a usuários de planos de saúde nos dias 17, 18 e 19 de outubro, e serão atendidos apenas casos de urgência e emergência. Os médicos reivindicam um pagamento de 80 reais pela consulta médica e reajuste de honorários, além do fim da intervenção das operadoras na relação médico-paciente. O presidente do sindicato dos médicos do estado de Goiás, Leonardo Reis, afirmou que os médicos têm buscado negociação para solucionar casos de atraso de pagamentos, e valorização no pagamento das consultas.

“Não temos a intenção de prejudicar o atendimento a nenhum usuário de plano de saúde, entretanto, é importante que o médico consiga ali manter o seu consultório com pagamentos de honorários justo, digno e fornecer um atendimento adequado aos seus pacientes. E continuaremos então a partir disso a negociar com essas operadoras para que elas melhorem o atendimento a seus usuários que paguem dignamente os médicos e ai nós tenhamos uma relação saudável, médico, operadora e paciente”, ressaltou o presidente.

Cerca de 200 mil usuários em Goiás devem ser afetados pela suspensão do atendimento. Dentre as operadoras de planos de saúde citadas, estão a Assistência Médica Internacional, a Amil, a Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil, a Cassi, Caixa de Assistência dos Servidores da Fundação Nacional de Saúde, a Capesesp, a Fundação Assistencial dos Servidores do Incra, a Fassincra, o Instituto de Assistência dos Servidores Municipais de Goiânia, o Imas, e a Promed.

O presidente do Conselho Regional de Medicina em Goiás, Salomão Rodrigues Filho, declarou que pode haver descredenciamento por parte dos médicos caso não haja uma negociação. “Se não houver negociação esse é o caminho. Isso já está acontecendo naturalmente, os médicos estão se desfazendo dos piores convênios para o qual ele trabalha. Isso vem sendo uma coisa automática, não mais coordenado pelas entidades”, explicou.

A maior parte dos usuários se encontram no Imas. O presidente do instituto, Sandro Valverde, negou atraso no pagamento, e alegou que haverá um reajuste ainda este ano para os médicos. “Quem mantém o instituto é o servidor público. Nós não estamos trabalhando com a iniciativa privada. Estamos trabalhando com uma instituição que é gerida por servidores públicos, então os valores que são repassados em nível de reposição salarial para o bolso do servidor, esses percentuais são repassados para essas guias de consulta, quer dizer que agora em dezembro vai ter um reajuste de 2.5. Foi 2.5 em maio e agora o mesmo reajuste em dezembro”, salientou.

Por contato, a Amil informou que não recebeu nenhuma notificação oficial, e que vai continuar os trabalhos normalmente. Fassincra reconheceu que houve falta de pagamento, mas que o problema já está sendo solucionado. A Cassi informou que não encerrou os entendimentos com os prestadores de Goiás para concessão de reajuste e continua acreditando em uma solução, e que qualquer dificuldade na remarcação pode ser comunicada à própria unidade Goiás. Promed e Capesesp não se pronunciaram sobre o protesto.