Você já deve ter sentido cheirinho que fica no final da lata do lixo na cozinha de casa ou até mesmo o forte odor que vem dos caminhões de coleta de resíduos em sua cidade. Este é o cheiro do chorume, um líquido proveniente da digestão biológica dos rejeitos.

Um projeto desenvolvido aqui em Goiás permite reaproveitar a água extraída do lixo. O sistema é formado por estações móveis que retiram do chorume até 98% dos contaminantes.

O analista em Gestão Ambiental e engenheiro de produção, Danilo Cunha, concedeu entrevista exclusiva no quadro Meio Ambiente do programa Cidadania em Destaque, da 730, nesta terça-feira (22). Ele explica que a água retirada do lixo pode ser utilizada até em casa para molhar as plantas ou para lavar veículos.

Ouça a entrevista na íntegra

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“Em um modelo convencional, não é possível ter essa eficiência. Parte desse chorume é reaproveitado para compactar o aterro, mas não é possível dar um tratamento eficiente para lançar esse volume no manancial. A nossa solução vem nesse sentido, um modelo com um custo muito acessível e com uma eficiência que chega a 98%”.

Apesar do nível próximo de 100% de purificação, Danilo Cunha afirma que a água extraída do chorume não pode ser utilizada para consumo humano. “A gente não consegue uma água potável, mas uma água de reuso classe 1, que pode ser utilizada para limpeza de veículos, irrigação, jardinagem. Não existe no mercado brasileiro tecnologia capaz de competir com a nossa em termos de eficiência”, explica.

Em Goiás, a lei 17128 de 2010 prevê que postos de combustíveis, prestadoras de serviços, transportadoras, transporte coletivo urbano e rodoviário tratem e reutilizem a água usada para lavar veículos.

Segundo o analista, o sistema  pode ser operado em grandes espaços, como ocorreu, em fase de testes, no aterro sanitário de Aparecida de Goiânia, e em pequenos físicos, com capacidade para tratar 120 m³ de água ou efluente, permitindo que as empresas e prédios públicos cumpram as regras de sustentabilidade.