Os professores da rede municipal de ensino de Goiânia continuarão em greve, mesmo com a Justiça tendo determinado ontem a ilegalidade da mesma. De acordo com a secretária-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Alba Valéria Lemes, a ilegalidade da greve é uma questão de interpretação.

“A greve foi decretada ilegal pelo ministério público, pelo poder judiciário, mas pra nós a ilegalidade é do poder executivo que não tem cumprido a lei. A greve continua. Nós continuaremos as manifestações, nós continuaremos o movimento, porque a nossa reivindicação não é só pelo piso salarial, nós temos outros pontos de pauta que nós estamos aguardando a disposição do poder executivo para dialogar sobre eles”, declarou a secretária, em entrevista à rádio 730.

Os servidores estão com as atividades paralisadas desde o dia 17 de maio, e querem que a prefeitura de Goiânia implemente o piso nacional salarial dos professores, que é de R$ 1312, 85 para professores em início de carreira e com jornada de trabalho de 30 horas semanais.

PROFESSORES VÃO ENTRAR COM RECURSO

A Justiça determinou uma multa diária de R$ 20 mil em caso de descumprimento da decisão. Os professores devem entrar com recurso, alegando que a ilegalidade está com o poder público. “Todo réu tem direito a defesa. Nós estamos procurando os nossos direitos. A assessoria jurídica do sindicato já está trabalhando em cima disso, mesmo porque a interpretação da lei do nosso ponto de vista é diferente da que está posta pelo poder executivo”, afirmou Alba.

A prefeitura de Goiânia espera que os professores cumpram a decisão judicial. O projeto de reajuste dos professores foi aprovado no inicio da tarde de hoje por unanimidade, e a emenda do Sintego que queria retirar a educação do projeto não foi aceita.