O Ministério da Educação (MEC) divulgou, nesta sexta-feira (16), os resultados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2021 e do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2021. O evento, em Brasília, contou com a presença do ministro da Educação, Victor Godoy, e do presidente do Inep, Carlos Moreno. Confira o vídeo a seguir

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No evento, foram apresentadas planilhas com as proficiências (competências) aferidas na avaliação e a distribuição percentual dos estudantes nos níveis das escalas utilizadas no Saeb, além dos resultados obtidos por Estados e Municípios.

O Inep aplicou o Saeb 2021 entre 8 de novembro e 10 de dezembro, em mais de 72 mil escolas públicas e privadas de todas as unidades da Federação. Aproximadamente 5,3 milhões de estudantes foram avaliados. Ao todo, 96,9% das 254.728 turmas e 97,1% das 74.539 escolas previstas participaram. As públicas (com mais de 10 alunos) de 5º e 9º ano do ensino fundamental e de 3ª e 4ª série do ensino médio foram avaliadas em língua portuguesa e matemática. Essas mesmas etapas tiveram avaliação em formato amostral nas escolas privadas.

Também foram aplicadas provas de língua portuguesa e matemática para o 2º ano do ensino fundamental em uma amostra de escolas públicas e particulares. O Saeb avaliou, ainda, de forma amostral, as áreas de ciências humanas e ciências da natureza no 9º ano do ensino fundamental, em escolas públicas e particulares. Nesta edição, a avaliação da educação infantil, que ocorreu em caráter piloto em 2019, foi amostral, por meio de questionários aplicados aos secretários municipais de Educação, diretores e professores dessa etapa.

Durante a apresentação dos resultados, o presidente Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Vitor de Angelo, detalhou que 12 estados melhoraram a aprendizagem em língua portuguesa e 19 em matemática. “Esses dados mostram que nós, de forma surpreendente, conseguimos, ao que tudo indica, encontrar um caminho justamente na pandemia, em um momento não previsto para o qual nós não nos planejamos e cuja as políticas implementadas sequer foram imediatas”, disse.

Nesta edição, um formulário específico foi desenvolvido com o intuito de coletar informações sobre a situação e as estratégias adotadas pelas escolas para o enfrentamento da pandemia. A pesquisa mostrou que 92% das escolas de educação básica, público-alvo do Saeb, adotaram estratégias de ensino remoto ou híbrido e 14,45% ajustaram a data de término do ano letivo.

Além disso, nesse universo da educação básica, 72,3% das escolas recorreram à reorganização curricular para priorizar habilidades e conteúdos. Já o “continuum curricular” foi adotado por 17,2% das escolas. A estratégia implica a criação de uma espécie de ciclo para conciliar anos escolares subsequentes com a devida adequação do currículo. Dessa forma, as escolas teriam dois anos para cumprir os objetivos de aprendizagem.

Reflexos e consequências 

De acordo com o MEC, assim como os resultados do Saeb e do Censo Escolar foram impactados pelo cenário da crise do coronavírus, isso não foi diferente com Ideb. Nesse sentido, a Pasta frisa que é necessário considerar o contexto nas análises. O cálculo do indicador de 2021 segue a mesma metodologia proposta em 2007 (utilizada de forma inalterada ao longo dos anos, com o objetivo de manter a comparabilidade do indicador). Entretanto, a pandemia é um fator considerado imprescindível às interpretações, já que teve grande impacto nas atividades escolares em 2020 e 2021.

Um dos impactos importantes já identificados nas duas últimas edições do Censo Escolar foi o crescimento abrupto das taxas de aprovação da rede pública entre 2020 e 2021, quando comparadas com o período pré-pandemia (2019). No ensino fundamental dessa rede, o percentual de aprovados passou de 91,7%, em 2019, para 98,4%, no primeiro ano da pandemia (2020). Em 2021, a taxa caiu para 96,3% (ainda 4,6 pontos percentuais acima do registrado em 2019). Já no ensino médio público, a aprovação passou de 84,7%, em 2019, para 94,4% em 2020. O percentual foi reduzido para 89,8% em 2021.

O MEC destaca ainda, que, embora essa elevação promova um incremento no Ideb, a própria formulação do indicador já considera que o aumento não associado a uma elevação da proficiência média nas avaliações, pode não assegurar uma efetiva melhora no desempenho do sistema educacional.

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