A situação ruim na questão financeira vivida pelo Monte Cristo terá uma solução no fim da tarde desta sexta-feira. Depois de vencer a Superliga B como Alfa/Monte Cristo e obter a vaga na elite do vôlei masculino brasileiro, o time perdeu o patrocínio da faculdade, não conseguiu o apoio total da Agel e teve uma proposta real da prefeitura de Montes Claros/MG para mudar de Estado. Mas, uma reviravolta pode impedir essa mudança que parecia iminente.

No fim da tarde de quinta-feira, o deputado Fábio Sousa entrou em contato com o gestor e técnico da equipe, Paulo Martins, e destacou que o governador Marconi Perillo poderia intervir em favor da permanência do Monte Cristo em Goiânia, buscando empresas para investir no clube. O único problema é o tempo restrito: o prazo dado pela Confederação Brasileira de Vôlei é no fim da tarde desta sexta-feira.

“Nós temos até às 17h, o Renato D’Avila, que é o superintendente da CBV, nos deu até esse horário para poder falar se vai rodar o projeto aqui em Goiânia ou em Montes Claros. É o último prazo, vou até colocar isso para o deputado Fábio e para o Governador, nós precisamos de um parecer concreto, porque lá em Montes Claros já surgiu essa possibilidade concreta e a Confederação já autorizou a transferência para outro Estado”

O clube tinha um pré-acordo com a Agel de receber, por meio do Pró Esporte, uma verba de R$500 mil, que seria completada com patrocínios de empresas privadas. Só que a Agel não liberou o montante prometido e sim R$140 mil, o que não pagaria nem a folha salarial do elenco e comissão técnica. Paulo Martins já estipulou: para disputar, e bem, a Superliga, o Monte Cristo precisa de R$2,3 milhões, algo em torno de R$230 mil mensais.

montecristo titulo“O Monte Cristo não tem um real em caixa, já tem folha que está atrasada, nem a inscrição, que é R$20 mil, nós pagamos. Isso aí é pra contemplar tudo, hospedagem, alimentação, salário de atleta, de comissão técnica, fazer as viagens, tudo mesmo. Eu acredito que, se tiver uma vontade do governador, que agora apontou interesse no projeto, ele viabiliza isso mais rápido que o prefeito de Montes Claros”

Coração fala mais alto

Após a campanha de sucesso na Superliga B, a empolgação foi grande, a promessa de grandes investimentos também, mas houve um desinteresse que Paulo Martins ainda não conseguiu decifrar os motivos. De qualquer forma, mesmo diante de uma “rejeição”, o amor pela terra fala mais alto e Paulo não escondeu que quer ficar em Goiânia, onde o projeto teve início, e fazer uma grande campanha no elite do vôlei.

 “A gente tem o desejo que o projeto seja realizado aqui, ele nasceu aqui em Goiânia. O meu sonho como idealizador, quando eu sai daquela vida de drogas, de dependência química que eu tinha, eu sonhei em mudar o voleibol do meu Estado, eu pertenço à essa terra, que nos acolheu e teve junto com a gente nos jogos. Tem um cenário muito maior e mais promissor na nossa frente, com a Superliga, serão grandes eventos e a gente sonhou que isso acontecesse aqui”