Uma moradora do bairro São Francisco, em Goiânia, local que fica próximo ao Terminal Padre Pelágio, fez uma denúncia à Rádio 730 sobre a situação que ela e os vizinhos convivem na região. Por medo, ela pediu para não ser identificada. “É uma situação de terror, infelizmente os travestis, os drogadinhos igual às pessoas chamam, os noiados tomaram conta do Bairro São Francisco. Simplesmente a sociedade, a população nem sai de casa porque tem medo. Eles roubam celular, bolsa, dia e noite. Qualquer hora que você passar eles estão lá. Deu seis horas da tarde ninguém sai na rua, tem que sair com um pedaço de pau ou acompanhado”, explicou.

O local é bastante movimentado. Qualquer hora, do dia ou da noite, veículos passam pelo local onde homens e mulheres procuram companhia com profissionais do sexo que ficam pelas ruas ou portas dos motéis. A mulher conta que menores também são vistos pelas ruas. “Você vê meninas de sete, oito anos ou até menos no crack o tempo todo. Lá tá virando a cracolândia na realidade. E assim, eles falam que não encontram isso, tem motel lá mesmo que é cinquenta centavos para eles tomarem banho. Eles ficam o tempo todo na porta dos motéis. Tem muitas transportadoras que fecharam de grade em volta para eles não entrarem”, salientou.

Até mesmo com sexo na rua, os moradores têm que conviver. “Você vê a luz do dia, inúmeras vezes, a gente já deparou com eles tendo relações no meio da rua. Tem uma pessoa que tem uma transportadora no setor que pegou as pessoas na frente da casa dela. Pessoal deita no chão e faz ali mesmo. Você passa, eles xingam você, os travestis te atacam, o que você tiver eles roubam de você”, informou a moradora.

Quanto à polícia, a moradora relata o que acontece. “A polícia passa faz que nem vê, faz vista grossa. Infelizmente eles não estão nem ai para a sociedade. Se a gente ligar no 190, eles nem vem., fala que eles não podem fazer nada porque o Ministério Público está do lado deles. A própria polícia diz pra gente que o Ministério Público é a favor deles, a prefeitura. Então o que acontece, o Conselho Tutelar fala que não acha criança. Já morreram em torno de cinco a sete travestis lá, matam entre si por causa de drogas, pouca coisa. Infelizmente a polícia não toma providências”, ressaltou ainda a moradora.

O Comandante do Policiamento da Capital, Coronel Queiroz, explica que a polícia sabe o que acontece no Bairro São Francisco, mas… “Com relação à prostituição não constitui crime, a prostituição em si. Explorar a prostituição sim é crime. Hoje com a despenalização do usuário de droga, a pessoa pode sentar no meio fio e fazer o uso dela. Eu sei que incomoda, causa transtorno, mas na verdade muitas vezes nós temos que esperar o usuário cometer o crime para que nós possamos atuar. Eu sei que ali tem prostituição, viciados, menores, corrupção de menores, só que nós temos que flagrar isso ai. Muitas vezes os pais nem querem essas crianças. Infelizmente é triste”, finalizou. (Com informações da Repórter Lyra Rúbia)