Os motoristas do transporte coletivo da Região Metropolitana de Goiânia decidiram decretar greve no serviço operacional a partir da meia-noite desta sexta-feira (9/4). Segundo o Sindicato Intermunicipal de Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Goiânia e Região Metropolitana (Sindicoletivo), o objetivo principal é reivindicar a vacina para a categoria. A paralisação é por tempo indeterminado.
Leia também: Aplicação da primeira dose é retomada com a chegada de mais de 136 mil vacinas
O Sindicoletivo informou que são quase 4 mil trabalhadores ao todo:
- 150 que são do grupo de risco estão afastados;
- 9 estão afastados com suspeita;
- 7 estão afastados com diagnóstico positivo;
- 1 motorista morreu em decorrência da doença;
- 1 funcionário do transporte também não resistiu e faleceu;
- 518 já se contaminaram e foram curados;
O Sindicato diz que se houver uma sinalização das autoridades de que os motoristas da Região Metropolitana serão inseridos já nas próximas etapas do Plano de Imunização, uma nova assembleia poderá ser convocada para cancelar a suspensão do serviço.
“Achamos que estamos muito expostos. Nós carregamos de 700 a 1 milhão de passageiros todos os dias e os índices estão muito alarmantes. A gente vem pleiteando por meio de oficio todas as autoridades para que a gente seja incluído no grupo prioritário. Enquanto um passageiro tem contato com dois ou três motoristas por dia, nós temos contato com milhares de passageiros”, reclamou o diretor financeiro do Sindicoletivo, Carlos Alberto dos Santos.
Sobre essa possível greve dos motoristas do transporte coletivo, o secretário de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, disse que esse grupo não foi priorizado pelo Ministério da Saúde. “Não é na base da reivindicação e muito menos de atos que neste momento seriam inoportunos como greves. São profissionais que tem seu nível de exposição, mas o Ministério da Saúde ainda não os colocou como prioridade máxima para este momento. No ambiente de escassez existe a prioridade dentro da prioridade”, ressaltou em coletiva de imprensa.
O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo da Região Metropolitana de Goiânia (SET) manifestou, por meio de nota, que é totalmente a favor da vacinação dos trabalhadores do transporte público coletivo, mas que a paralisação do serviço não é a solução, pelo contrário, trata-se de uma ação ruim para toda a população na região metropolitana de Goiânia.
“Paralisar o transporte público neste momento será muito danoso para as cidades atendidas pela RMTC – Rede Metropolitana de Transportes Coletivos, e para a manutenção dos serviços essenciais, em especial os setores de saúde e alimentação, que correspondem a 55% de todos clientes que fizeram o cadastro no Embarque Prioritário”, avalia Alessandro Moura, vice-presidente do SET.
Ainda de acordo com o sindicato, a programação operacional está pronta para esta sexta e a expectativa é que funcione 100% com a frota programada, a frota extra e a reserva técnica possível de rodar.