O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completa 32 anos nesta quarta-feira (13). No entanto, a SGP (Sociedade Goiana de Pediatria) acende um alerta com relação à baixa cobertura vacinal das crianças em Goiás. Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) mostram que o estado está abaixo das metas estipuladas pelo Ministério da Saúde.

Em entrevista à Sagres TV, a pediatra especialista em desenvolvimento infantil e vice-presidente da SGP, Ana Márcia Guimarães, Ana Márcia Guimarães, explica que uma das razões para a baixa cobertura está em movimentos antivacina, ações que não têm nenhum respaldo científico e que ganharam força principalmente durante a pandemia de Covid-19.

”Causam medo e pânico na população. Isso é um fator que faz com que a mãe, pensando que está fazendo o melhor para o seu filho, deixe de levá-lo ao posto de saúde, de atualizar a carteirinha e participar das campanhas”, afirma a especialista.

De acordo com a pediatra especialista em desenvolvimento infantil e vice-presidente da SGP, Ana Márcia Guimarães, essa atribuição de levar os pequenos para se imunizarem é tarefa dos pais ou responsáveis.

”Estamos vendo crianças e adultos ameaçados com doenças que já tinha sido consideradas erradicadas, isso é um grande risco”, ressalta a pediatra.

A vacina BCG, por exemplo, que protege contra a tuberculose, teve uma média de 53% de aplicação nos seis primeiros meses de 2022, enquanto que a meta preconizada pelo Ministério da Saúde (MS) é de 90%, em crianças de até dois anos de idade.

De forma semelhante, outras vacinas como rotavírus, pentavalente, poliomielite, febre amarela, hepatite A e tríplice viral não atingem nem 50% de cobertura vacinal em Goiás, sendo que o mínimo preconizado pelo MS é de 95%. O ECA prevê que é obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias.

”Temos desde a BCG, que protege contra formas graves de tuberculose, temos as de meningite, de difteria, tétano, coqueluche, de hepatite, e a vacina de sarampo e paralisia infantil, que são duas doenças que estavam sendo consideradas erradicadas”, reforça Ana Márcia Guimarães.