GUILHERME SETO / SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O grupo Carta de Belém, composto por organizações e movimentos ligados à causa socioambiental, avalia que a primeira semana de negociações climáticas da COP27 não deu indícios de que vá cumprir com a expectativa embutida em seu slogan de “COP da implementação”, na qual seriam apresentados os caminhos para realização efetiva do Acordo de Paris.

Diante desse diagnóstico, o grupo lançou a carta “Juntos para ação climática: com quem e para quê?”, em que critica o que chama de “feira do clima”, ou seja, a transformação em um balcão de negócios do espaço que traria soluções para o clima.

“Como primeira COP focada na ‘implementação’, assistimos a uma cacofonia de vozes e propostas que competem para vender oportunidades de negócios, tecnologia, financiamento (e endividamento) para alcançar a descarbonização, a neutralidade climática e um lugar no futuro net-zero (emissões líquidas zero)”, diz trecho da carta.

“O centro das nossas preocupações é em particular a ofensiva dos mercados para participar de ações de mitigação vinculadas à terra, às florestas e a promoção de pretensas Soluções baseadas na Natureza (NbS), uma vez que ações climáticas neste setor vêm se configurando como uma grande oportunidade de investimentos -e portanto, de lucros e de especulação, inclusive financeira-, o que não pode ser igualado à verdadeira sustentabilidade e a transição justa que o mundo precisa”, continua.

Assinam o texto Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), CUT, Coalizão Negra por Direitos, MST, Uneafro Brasil, entre outras.

Leia mais: