Após 8 anos de investigação, o Ministério Público de Goiás (MP-GO), apresentou denúncia contra 75 pessoas que participaram de um esquema de fraudes em processos de liberação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e aprovação de vistoria de veículos irregulares.
A quadrilha foi alvo da Operação Carta Marcada, deflagrada em outubro de 2010, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO). Em entrevista concedida ao repórter Rubens Salomão, da rádio 730, o promotor Walter Otsuka esclarece como as fraudes eram realizadas. “Esse grupo criminoso era composto por proprietários de autoescolas de Goiás e também do Pará, que se serviam de terceiras pessoas para angariar clientes dispostos a pagar valores indevidos para que fosse emitida a carteira de habilitação falsa pelo Detran do Pará.”
Segundo Otsuka, o valor pago em propina por CNH falsa girava em torno de R$ 1600. Entre os 75 denunciados, estão funcionários públicos, por corrupção passiva, e candidatos à CNH, pelo crime de corrupção ativa. Segundo o promotor, além dos servidores públicos, médicos e psicólogos também têm envolvimento no esquema. “Era feito o pagamento de propina tanto para médicos e psicólogos que atestavam a aptidão física e psicológica dos candidatos sem que eles passassem por exames. E também era feito o pagamento para examinadores do Detran do Pará.”
Ainda de acordo com Walter Otsuka, o esquema continuou a ser executado mesmo depois da deflagração da operação, em 2010. A denúncia oferecida pelo MP de Goiás pede que o processo seja compartilhado com Departamentos de Trânsito dos Estados de Goiás, Tocantins, São Paulo, Pará e Amazonas, além da Corregedoria da Polícia Militar e os Conselhos Regionais de Medicina e de Psicologia de cada estado.