O procurador do Trabalho, Tiago Cabral, afirmou à Sagres 730 nesta sexta-feira (26), que frigoríficos são ambientes propícios para a disseminação do vírus porque os trabalhadores laboram em ambientes fechados e com baixa renovação de ar. “Os frigoríficos dadas suas características intrínsecas são ambientes de trabalho propícios para a disseminação do vírus causador da covid-19. Além do ambiente fechado, há diversos postos de trabalho que se não observam o distanciamento mínimo para viabilizar a segurança durante a prestação de serviço”, explicou.

Tiago Cabral também citou que nos frigoríficos existem diversos pontos que propiciam aglomeração dos trabalhadores, tais como transporte coletivo, refeitório, sala de descanso, vestiário, barreira sanitária. “Em diversas oportunidades no frigorífico encontra-se essas especificidades, das quais é difícil cumprir a distancia mínima de segurança”.

Ontem, em entrevista à Sagres, o presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Estado de Goiás (Sindicarnes), Leandro Stival, negou que há disseminação de covid-19 nos frigoríficos. Para ele, o contágio na indústria de carnes é a mesma que ocorre nas demais indústrias, assim como em outras empresas e até no serviço público.

O Ministério Público do Trabalho está realizando fiscalização nos frigoríficos de 11 estados do Brasil, incluindo Goiás. A ação ocorre em pelo menos 60 frigoríficos em: São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Tocantins, Santa Catarina, Rondônia, Goiás, Rio Grande do Norte, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

De acordo com o procurador do Trabalho, todos ambientes de frigoríficos estão sendo fiscalizados, seguindo denúncias ou a partir do Termo de Ajuste de Conduta (TAC), um documento onde o frigorífico se compromete a fazer ou deixar fazer algo em virtude da lei. “As fiscalizações têm sido feitas à medida que vemos um surto, temos acompanhado os boletins dos municípios. Outro ponto a gente percebe que há muitos casos de covid-19 nós mandamos intimações para essas empresas para que possam provar o que tem feito em relação à atividade frigorífica e as medidas adotadas”, disse.