Problemas extra-campo, visitante indigesto, badalação e decepção no estadual, tudo isso resume bem a temporada colorada em 2016. Depois de ganhar tudo que disputou em 2015, de quebra com o retorno à elite do futebol goiano. O Vila Nova perdeu metade do time titular da Série C, mas buscou nomes de reposição para os compromissos da atual temporada.

Um dos problemas, no entanto, foi a falta de regularidade, principalmente em jogos quando atuou como mandante. Depois de retornar à elite goiana, o Tigrão, no estadual, parou na fase semifinal. Na Copa Verde caiu nas quartas-de-final e finalizou a Série B do Campeonato Brasileiro na 12ª colocação com 53 pontos, conquistando seu principal objetivo que era permanecer no torneio para a edição de 2017.

O ELENCO

A diretoria colorada sofreu um verdadeiro limpa no elenco. Metade do time titular campeão da Série C deixou o Vila Nova, mas com nomes de peso os reforços foram chegando como, Douglas Assis, Gustavo Geladeira, Luiz Fernando, Diego Cardoso e Fernando Neto. Contudo, nenhum deles chegou com o glamour do atacante Wendell Lira.

As esperanças do Tigrão de realizar uma boa temporada cresceram com a chegada do vencedor do Prêmio Puskás pelo gol marcado, contra o Atlético, quando ainda defendia o Goianésia, em 2015. Wendell Lira vestiu a camisa colorada e foi sem dúvida uma das grandes atrações do Goianão 2016, mas o sucesso mundial não foi o mesmo com as cores vermelhas. Em apenas nove jogos realizados, o atacante não conseguiu mostrar seu futebol e se aposentou para virar jogador profissional do game Fifa.

O GOIANÃO

O Vila Nova terminou a fase de grupos com quarto melhor aproveitamento, o que o colocou na fase final contra o primeiro melhor: o Goiás. O Tigrão demorou para engrenar na competição. Nas cinco primeiras rodadas, o time colorado só venceu uma partida, empatou duas e foi derrotado em outras duas oportunidades.

Duas vezes: nas 14 partidas realizadas, apenas duas vezes o Vila Nova conseguiu vencer duas partidas seguidas. Talvez por isso, o time sofreu para garantir sua classificação e por pouco não ficou fora da fase mata-mata.

Com a classificação garantida apenas nas últimas rodadas, o Vila Nova encarou seu maior rival na fase semifinal. O Goiás não tomou conhecimento do arquirrival ao despachá-lo com placar de 2 a 1 no agregado. Foi a sexta final consecutiva do time Alviverde, que desde 2011 marca presença na decisão. Já o Vila Nova viu crescer seu incômodo jejum. O Tigre não se classifica para a finalíssima desde 2005, justamente no ano mais recente em que ficou com a taça. Para piorar, o clube colorado também ficou mais uma vez fora da Copa do Brasil, pois terminou o estadual na quarta colocação, atrás do arquirrival, do Atlético e do Anápolis.

A ausência na final e pelo pouco futebol apresentado pode ter custado ao elenco colorado vagas entre as Feras do Goianão. Figurinhas carimbadas nas edições do prêmio, os jogadores do Vila Nova só teve um representante entre os melhores do estadual: Vinícius Simon.

A SÉRIE B

Como afirmado em mais de uma oportunidade pela diretoria colorada, o principal objetivo do Vila Nova era evitar um novo rebaixamento após a conquista da Série C. Contudo, as primeiras rodadas mostraram que a principal missão da temporada não seria tão fácil. Nos cinco primeiros compromissos o Vila venceu apenas uma partidas e foi derrotado quatro vezes. Ao término do primeiro turno, por exemplo, o time amargou a 11ª colocação e brigava contra o rebaixamento, por conta da distância de cinco pontos para o Goiás, que na época era o primeiro time dentro da zona de rebaixamento.

Essa disputa, por sinal, foi acirrada com o rival Alviverde. A distância entre os rivais variaram de dois a cinco pontos no decorrer das rodadas, com lutas discrepantes no decorrer do campeonato. A primeira metade foi justamente contra o descenso, à segunda para ver quem iria ficar na frente do rival, já que ambos não conquistaram a regularidade necessária para pensar em algo a mais na Série B 2016.

Outro fator que pode ter complicado a campanha colorada na segunda divisão foi a falta de vitórias dentro de casa. Dos 53 pontos conquistados ao término da Série B, 30 foram atuando como visitante. O time terminou com melhor campanha fora de casa: nove vitórias e três empates, mas pecou onde não poderia vacilar. Em casa, o Tigrão foi derrotado em oito duelos e empatou cinco vezes.

A POLÍTICA

Parece até tradição, mas anualmente problemas envolvendo a política do clube se tornam recorrentes nos dias do Vila Nova. O fim da gestão Gutemberg Veronez no Vila Nova aconteceu não pelo término do mandato, que ainda iria até o dezembro de 2017, mas pela renúncia do próprio dirigente.

Guto Veronez ficou à frente do Vila por 22 meses. O dirigente assumiu no fim de 2014 para um mandato tampão após a saída de Rodrigo Nogueira. Neste período, o Tigre conquistou a Divisão de Acesso do Campeonato Goiano e a Série C do Brasileiro. Em dezembro de 2015, Guto foi eleito para o biênio 2016-2017, ao qual renunciou na semana do clássico diante do rival Goiás.

O segundo vice, Ecival Martins, foi nomeado interino até 9 de novembro, data marcada para as novas eleições, que acabou sendo vencida pelo interino em uma das votações mais apertada da história do clube: 54 votos a 52 de Murilo Reis. Ele está eleito para mais um ano justamente para cumprir o mandato de Gutemberg Veronez, que terminaria no fim de 2017. No ano que vem, o clube passará por um novo processo eleitoral.

OLÁ, 2017

O ano de 2017 começou com um pouco de antecedência no Vila Nova. Após o anúncio do técnico Guilherme Alves, que acertou sua transferência para Linense, o momento colorado foi de, além garantir sua presença na Série B do ano que vem, de pensar em um substituto que foi conhecido no dia 5 de dezembro com a contratação do treinador Mazola Júnior.

Mazola Jr. ganhou projeção nacional à frente do Sport, em 2011. Além do clube de Recife, Mazola também dirigiu equipes como Ituano (2009-10), Ipatinga (2012), Bragantino (2013 e 2014), Cuiabá (2013), Paysandu (2014), Botafogo-SP (2015) e estava no CRB desde 2015, onde comandou a equipe alagoana em 102 partidas. Ao todo, foram 47 vitórias, 19 empates e 36 derrotas com o CRB.

Na última edição da Série B, Mazola conseguiu fazer uma das melhores campanhas como visitante. O time alagoano terminou o campeonato na sétima colocação, com 58 pontos, e, em boa parte da competição figurou no G-4.

A esperança de dias melhores no Tigrão passa pela gestão e união do departamentos do clube, que assim como a torcida colorada, já afirmaram que o Vila Nova precisa dar uma resposta em 2017 e isso será possível com regularidade em campo e fora dele.