Um levantamento da Pró-Reitoria de Pós-Graduação da Universidade de São Paulo (USP) apontou que as mulheres compõem 55% dos discente dos programas de pós-graduação da universidade. No entanto, o estudo mostrou que elas ficam atrás em áreas associadas à Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática.

De acordo com o estudo, a pós-graduação da USP na área de exatas conta com 59% de homens e 40,7% de mulheres entre seus estudantes. Os dados constam no relatório As Mulheres na Pós-Graduação, publicação comemorativa do mês da mulher 2023, que demonstra a evolução da participação das mulheres nos programas de pós-graduação da USP desde 2001.

Desigualdade 

O relatório apresenta relatos de professoras e pesquisadoras sobre a desigualdade de oportunidades no meio acadêmico. Desta forma, ainda que sejam maioria no total de estudantes da pós-graduação, é evidente a disparidade nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática.

Entre as dificuldades mais relatadas por elas está a progressão da carreira. Conforme os dados do relatório, 69,4% das promoções da carreira universitária são dos homens, enquanto 30,6% das mulheres conseguem alcançar cargos mais elevados na profissão acadêmica.

Acesse o relatório na íntegra

Relatos

O relatório As Mulheres na Pós-Graduação destaca alguns relatos de vivências femininas na comunidade da USP. São mulheres que possuem trajetórias diferentes em suas áreas de estudos. Renata Alves, técnica administrativa da Pró-Reitoria de Pós-Graduação da USP, relatou que é importante ter exemplos femininos de competência e reconhecimento para que jovens também tenham vontade de se desenvolver.

“Gostaria de ver a USP valorizando seus servidores, não só as mulheres, proporcionando maior capacitação e possibilidade de ascensão de carreira”, disse.

Na opinião de Bernadette Franco, coordenadora do Centro de Pesquisa em Alimentos  da USP e Pró-Reitora de Pós-Graduação da USP de 2014 a 2016, “na USP não existem obstáculos institucionais para que as mulheres alcancem qualquer posição de destaque”.

“O que existe é que as mulheres precisam harmonizar sua vida profissional com a vida pessoal, principalmente a maternidade, o que pode ser um desafio enorme. Vivi isso na própria pele, pois tive minhas duas filhas durante meu doutorado, e eu já era docente da USP e era responsável única por uma disciplina de graduação que tinha uma carga didática bem grande”, contou.

*Com informações do Jornal da USP

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