Quem foi ao estádio Serra Dourada, neste domingo, pode assistir um jogo bastante movimentado e regrado a fortes emoções. Gol de cabeça, gol de barriga, gol de muita técnica e gol de muita sorte. Com apito final, a justiça da bola não premiou quem atuou melhor e teve muito mais vontade, muita mais raça. No duelo entre a técnica e a vontade. O empate prevaleceu.
O mesmo sentimento que me consumiu após o jogo contra o Gurupi, voltou a bater em minha mente. A chegada de Flávio Trevisan, Eduardo Luis e Guilherme Rodrigues até me deram esperança e após ontem, a certeza que eles terão muito trabalho. A preguiça nos jogos do Atlético é contagiante. A falta de mobilidade engessa o time que não é humilhado porque os adversários não tem estrutura/técnica apuradas.
Dos 27 gols marcados em 2012, 20 foram no segundo tempo. Este é um grande exemplo de como se pode mentir com números. O time está abaixo fisicamente e heterogêneo. Enquanto tem jogadores como Marino, Marcão e Joilson que correm muito. Existem atletas como Bida e William que se esforçam, mas sentem o cansaço.
A entrada de Juninho e Diogo Campos deram a mobilidade e agitaram a lentidão do meio campo e ataque. Marcão, que estava apagado no primeiro tempo, ganhou um parceiro mais inteiro na etapa final e aí deslanchou. Correu, brigou, apanhou, fez gol de oportunismo quando esticou a barriga para empatar o jogo e foi inteligente ao aproveitar o recuo de Luis Marques. Hoje: Marcão é unanimidade no ataque atleticano. Ainda mais agora com a presença de Diogo Campos e Juninho. William e Bida precisam se recondicionar para não se queimar logo no início de uma temporada que promete ser dura e histórica.
Outra questão, Ernandes sendo o quarto homem de meio-campo é um assassinato ao futebol deste jogador. Ele destaca e dá força a marcação e o apoio ao ataque. Na posição em que está jogando, ele não faz uma nem a outra. Quando o Joilson assumiu este papel com maior volume, o time melhorou. Bida marcando também é uma piada. Fazer o simples é o melhor passo rumo a tranquilidade para se acertar.
VILA NOVA
Este foi o primeiro jogo do Vila Nova que assisti com maior atenção e mais cuidado. César Gaúcho, Jonh Lennon, Rafael Vaz, Rondinelli e Patric foram os pilares de sustentação do esquema de Robélio Schneiger. Jonh Lennon sobrou diante de Everton Silva. Rondinelli sobrou em cima do Pituca e Patric levou a melhor, principalmente nas arrancadas contra Gilson e Gabriel.
O lado positivo é que o time demonstra estar no caminho certo, se acertando com jogadores jovens e sem investimentos astronômicos. Basta que os próprios diretores e conselheiros passem a trabalhar pelo clube e não para prejudicar uns aos outros.
ARBITRAGEM
A semana foi horrorosa para o árbitro ASP-FIFA André Luiz Castro. Depois de atuação contestada no jogo entre Portuguesa e Cuiabá pela Copa do Brasil, neste domingo, também vimos outra atuação complicada.
Vinha controlando o aspecto disciplinar com muita tranquilidade no primeiro tempo. Na etapa final distribuiu cartões amarelos, deu cartão amarelo para o Paulinho num lance no estilo Anderson Silva (mesmo eu entendo que foi imprudência e não maldade) e não expulsou o Gabriel quando era o último homem e derrubou o atacante vilanovense.
Além disso não deixou o Atlético cobrar as faltas de forma rápida e o mesmo não ocorria nas faltas a favor do Vila Nova. E eu prestava muita atenção se estava anotando algo ou dando cartão a alguém. Porque este tipo de fato ocorreu no clássico entre as duas equipes em 2011.
Qual a avaliação da atuação do time contra o Vila Nova? Faltou vontade?
Como explicar condicionamento físico abaixo com números expressivos na etapa final?
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