Há menos de um mês para o início do Campeonato Goiano 2022 a Federação Goiana de Futebol (FGF) ainda negocia as transmissões das partidas com algumas emissoras de televisão. Desde que a Rede Globo decidiu que não transmitirá mais os campeonatos estaduais, os direitos de transmissão do Goianão passaram a ser negociados. 

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Em entrevista à Sagres, o presidente da FGF, André Pitta, destacou a importância da competição ser transmitida na TV aberta. 

“Estamos conversando com algumas emissoras e fazendo uma avaliação geral. Além de conversar com as emissoras, a Federação também tem conversado com todos os clubes, principalmente as equipes da capital que vão estar envolvidas diretamente nas transmissões, para que a gente consiga encontrar um formato que traga visibilidade para o campeonato e para os patrocinadores”, afirmou. 

Apesar da Rede Globo não transmitir mais os estaduais, a TV Anhanguera, afiliada da Rede Globo em Goiás, tem interesse nos direitos de transmissão. Nesse caso, a emissora abriria uma janela na grade da TV nos sábados à tarde.  

“A TV Anhanguera está no páreo sim, tanto quanto as outras. Não tem nenhuma questão que inviabilize a Anhanguera de estar no processo de transmissão”, revelou o presidente da Federação Goiana de Futebol.

Outra emissora que abriu negociação com a FGF é a Record, que já comprou os direitos de transmissão dos principais campeonatos estaduais do país, o Paulista e o Carioca.   

“A Record vê com bons olhos e tem essa condição, mas estamos conversando com várias emissoras e acredito que no início da próxima semana nós vamos ter uma definição”, frisou André Pitta. 

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Sem contrato com nenhuma televisão, os clubes podem exercer a Lei do Mandante, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, que permite que os mandantes possam vender seus direitos de transmissão para qualquer empresa – mesmo que o time visitante tenha contrato com outro serviço. 

No entanto, André Pitta ressaltou que até o momento nenhum clube goiano manifestou o desejo de exercer a Lei do Mandante.

“Ninguém falou em exercer o direito de mando de campo, até porque temos que avaliar o contexto como um todo. Se nós não tivermos uma transmissão de TV aberta de qualidade, nós perderemos muito em termos de patrocínio. A Federação vai pagar as despesas de hospedagem e arbitragem? Sim, mas para isso nós precisamos ter patrocínios”, disse. 

“Temos conseguido trabalhar com alguns patrocinadores, porém, todos estão atrelados a um contrato futuro com a televisão, todos eles querem sua imagem exposta na televisão. Então, se alguns clubes começarem a querer andar sozinhos ou fazer suas próprias transmissões e a gente não manter um padrão onde consigamos ter uma visibilidade valorizada, daqui a pouco nós não temos condição de cumprir os compromissos destas dispensas”, concluiu. 

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A FGF custeia as hospedagens dos clubes em jogos fora de casa e os gastos com a  arbitragem. Porém, esses pagamentos estão ligados diretamente aos patrocínios.

“Esses custos variam um pouco em virtude da distância. Nós pagamos a despesa quando é acima de 100 quilômetros. Então, quando tem times muito perto um do outro, não tem essa despesa da viagem. Mas esse valor deve girar em aproximadamente R$ 800 mil a R$ 1 milhão”, explicou. 

André Pitta afirmou ainda que quando se fala em televisão é preciso levar em consideração os patrocínios dos próprios clubes que passam a ter uma melhora nos seus valores a partir do momento que se tem transmissão em TV aberta.  

“Hoje estamos trabalhando com a possibilidade de fazermos transmissões independentes por plataforma. Seria a TV aberta com exclusividade e as outras plataformas também com exclusividade. Por exemplo, isso não quer dizer que um jogo do Goiás vai estar na TV aberta X e não poderá estar também no streaming ou em uma TV fechada. Não seria exclusivo de uma emissora que comprar todas as plataformas. A transmissão será somente na plataforma que ela comprar, nesse caso, a TV aberta”, esclareceu.