A reformulação do elenco no Vila Nova segue obtendo novos capítulos diariamente. Porém, nem todos são bons, principalmente para o zagueiro Neto Gaúcho. O zagueiro foi um dos primeiros a serem afastados após o fracasso no Goianão, mas logo foi reintegrado ao elenco novamente. Nesta semana, o ex-capitão novamente foi separado do elenco principal e, dessa vez, a situação sugere que seja um caminho sem volta.
Na tarde desta quinta-feira, o zagueiro concedeu entrevista à Rádio 730, onde expôs sua situação. O atleta revelou que a diretoria lhe propôs uma rescisão de contrato e, enquanto não negociam, ele trabalha em horários alternativos, afastado do restante do grupo. Os treinamentos visam manter a forma física de Neto e para isso, é disponibilizado um preparador físico e também um massagista do clube. Seus horários de treino são às 11h da manhã e as 14h da tarde.
Muitos apontam que Neto Gaúcho teria condições de fazer parte do elenco, principalmente a torcida. Mesmo assim, seu afastamento não deve ser revertido e isso faz com que várias hipóteses surjam para explicar a situação. Uma delas é que pelo jogador ter relações de amizade com membros da antiga diretoria, a nova vem boicotando o atleta. Mas, para o jogador, essa suposição não deve ser a razão de seu afastamento:
“No meio do futebol não pode ter espaço para vaidade ou rixas, o quem tem que haver é desempenho. A torcida não quer saber quem são meus amigos, se tenho colegas no Goiás, no Atlético ou na diretoria, querem que eu renda em campo e me doe. Isso é o importante para o futebol, é isso que devemos levar em consideração. Não acredito que o fato de eu gostar ou ter amizades com pessoas do Vila possam ter levado a essa situação”, comentou Neto Gaúcho.
Apesar de viver essa situação desconfortável, o zagueiro não descartou permanecer no clube e garantiu que sua vontade é ficar na cidade, mas está aberto a propostas: “Eu estou aqui e sou ainda funcionário do clube. Venho mantendo minha forma física e trabalhando para estar pronto para os jogos. Não queria sair da cidade, ainda mais porque a família já está adaptada, os filhos na escola, então, preferia permanecer. Mas estamos esperando alguma proposta, já houveram sondagens, para então estudar e ver qual a melhor saída para nós”.
Outro lado da moeda
Do outro lado do caso está a diretoria e alta cúpula do Tigrão, representada diretamente pelo diretor de futebol Roni. Após as declarações do atleta, o diretor colorado também concedeu entrevista à Rádio 730 e também contribuiu para a explicação do ocorrido. Como ex-jogador, Roni disse que entende a situação vivida por Neto Gáucho, mas sugeriu que o próprio atleta ajude para um acordo entre as partes:
“Como atleta eu passei por essa mesma situação no Fluminense, quando me falaram que eu ia treinar em separado porque não me utilizariam. Imediatamente propus uma rescisão de contrato amigável, não queria ficar naquela situação. Então, é uma questão pessoal, de escolha, não cabe a ninguém falar se está certo ou errado. O Neto rejeitou nossa proposta e não fez outra, não se esforçou para resolver a situação, seguimos aqui à disposição”.
Ele explicou também qual foi sua participação e como está agindo atualmente para resolver a questão: “Quando assumi a função no Vila Nova, já havia uma lista pronta de quem seria aproveitado ou não. Desde o início o nome do Neto estava nessa lista de quem já não interessava. Não fui eu que escolhi colocá-lo lá, mas poderia ter feito um pedido à diretoria para que o retirasse se eu entendesse que ele poderia nos ajudar. Essa atitude eu não tomei, pelos entendimentos que tenho hoje aqui no clube. É um jogador que nos ajudou muito na sua passagem e o respeitamos por isso”, analisou.