Nesta quarta-feira (29) o Vila Nova Futebol Clube completa 77 anos de história. Rebaixado na última temporada, vai disputar em 2020 mais uma vez a terceira divisão do Campeonato Brasileiro. Além do desafio de levar o time novamente para a Série B, a diretoria também busca sanar as dívidas, reacender a paixão do torcedor e melhorar a estrutura física do clube.
As tarefas não são fáceis, mas estão nas mãos de jovens torcedores que fazem parte de uma diretoria comandada principalmente pelo presidente Hugo Jorge Bravo. Depois de passar pelo departamento de base do Vila Nova e ser diretor de futebol do clube em 2015, assumiu no último dia 5 de dezembro o comando da agremiação.
Porém a paixão vilanovense, para Hugo, não começou agora. “Eu lembro de quando eu era pequeno, morava no Novo Horizonte e ia para o Serra Dourada de carona com meu vizinho. Lembro também do meu avô falecido em 2018, muito vilanovense”, relembrou em entrevista ao repórter Rafael Bessa.
Como muitos torcedores colorados, Hugo Jorge Bravo não titubeou ao ser questionado sobre qual a partida mais marcou sua trajetória na arquibancada. O mandatário relembrou a vitória sobre o Goiás, de virada, por 5 a 3 no Serra Dourada no primeiro turno do Campeonato Goiano de 1999.
“Não tem como não ser aquele 5 a 3 por tudo que estava envolvido. Tem até uma história engraçada porque o Vila estava perdendo por 3 a 0 e eu preocupado de como chegaria na escola no dia seguinte com aquela rivalidade de turma. Mas teve toda aquela reviravolta no jogo, fiquei maluco com aquela adrenalina e pensando ‘amanhã eu vou pegar no pé de todo mundo’. Mas eu passei a mal a noite inteira, fui para o hospital e no outro dia não fui na aula. A gente lembra de muita coisa assim e eu digo que não é o Vila que me deve, eu devo ao Vila Nova. É muita satisfação e uma honra muito grande ser presidente hoje”, afirmou.
De torcedor à presidente
Hugo Jorge Bravo, presidente do Vila Nova (Foto: Reprodução/Tigrão TV)
Apaixonado pelo Vila Nova, não se satisfez em acompanhar o clube da arquibancada. Hugo queria mais e queria fazer parte da instituição. Depois de ocupar um cargo no departamento de base e também de futebol profissional, assumiu a sala da presidência. O desejo de ajudar o Tigre veio desde bem jovem.
“Nunca fui um bom jogador de futebol e sabia que assim não poderia ajudar o Vila porque a qualidade e a técnica não ajudariam. Mas eu sempre gostei muito de futebol e meu pai também, então desde sempre a gente estava acompanhando e pensava “quem sabe um dia a gente tem a oportunidade de ajudar o Vila”, sempre com muito idealismo e as coisas foram acontecendo. Em meio à tantos torcedores a gente ter essa oportunidade e desde mais jovem tive essa vontade mesmo. Sempre brincava na escola que quando crescesse queria ser presidente do Vila Nova. Isso aconteceu e nós estamos nos esforçando ao máximo para tentar contribuir com essa instituição que é tão querida para os goianos, tem sua história no futebol brasileiro e é um dos 30 maiores clubes do país. Para mim é motivo de orgulho”, explicou o dirigente.
Além das conquistas, Hugo Jorge Bravo também espera deixar no Vila Nova quando sair do clube, a certeza de que fez o que foi possível para que a instituição melhorasse em todos os aspectos.
“É um legado que levo para minha vida. Fazer tudo com a possibilidade de chegar em casa, colocar a cabeça no travesseiro com o sentimento de dever cumprido e que fiz o meu melhor. Estar tranquilo com a minha consciência e sair do clube com dignidade e com o sentimento de que fizemos o melhor que pudemos. Desde o dia 5 de dezembro não tem uma noite que dormi tranquilo e possivelmente, durante todo o nosso mandato, não teremos essa tranquilidade. Não é porque não acreditamos que não vamos ter sucesso em campo, mas é porque realmente o Vila vai demandar um tempo para se ajustar”, ressaltou o presidente.
Assista na íntegra a entrevista de Hugo Jorge Bravo com o repórter Rafael Bessa: