Fundado no dia 29 de julho de 1943, o Vila Nova Futebol Clube completa nesta quarta-feira (29) 77 anos de história. A agremiação, que começou a ter suas páginas escritas em 1938 com o Padre José Balestiere, se tornou uma das mais populares e importantes da região centro-oeste.
Entre as incertezas e mudanças de nome nos primeiros anos de fundação, o Tigre conseguiu se consolidar no cenário estadual e se tornou dono de uma das maiores torcidas de Goiás. Carrega a marca de ser o primeiro time goiano a disputar uma competição nacional, a Taça Brasil de 1963, e também um torneio internacional, a Copa Conmebol de 199.
Nos últimos anos, porém, os problemas financeiros começaram a refletir dentro de campo e o clube acumular um jejum de títulos. Por isso a intenção da nova diretoria do Vila Nova é reconstruir a tradição do clube, melhorar a estrutura física e motivar o torcedor a participar desse processo. O ano é desafiador, o clube acabou rebaixado na temporada passada e vai disputar o Campeonato Brasileiro da Série C com poucos recursos e com uma competição atípica afetada pela pandemia do novo coronavírus.
História
Vila Nova em 1950 como Araguaia (Foto: Reprodução Futebol de Goyaz / Renato Dias)
Ao que se sabe, a fundação do Vila Nova Futebol Clube veio com o Major Francisco Ferraz de Lima, um dos entusiastas da Associação Mariana, um clube amador idealizado pelo Padre José Balestiere. O nome é devido ao bairro onde foi fundado, o da Vila Nova, conhecido na capital como a “Vila mais famosa”, e foi utilizado inicialmente entre 1943 a 1949.
Em 1949 passou a chamar-se Araguaia, que foi quando conseguiu ‘bater de frente’ com Goiânia, Atlético e Goiás pela primeira vez. No ano seguinte, inclusive, chegou à final do Campeonato Citadino e acabou abandonando o jogo contrariado com a arbitragem. Ao desistir da competição, o clube paralisou suas atividades e só retornou cinco depois.
Títulos
Vila Nova campeão goiano de 1973 (Foto: Reprodução Futebol de Goiás / João B. Alves Filho / Arquivos do Futebol Goiano)
Na década de 1950 o clube começou a ganhar força e figurar nas posições mais altas do campeonato estadual. Todavia o primeiro troféu goiano vem em 1961, sendo que nesta década o time começa o momento áureo de sua história, já que até 1963 conquistou praticamente todos os torneios em Goiás.
Nos anos seguintes a equipe colorada voltou a ter protagonismo ao conquistar o tetracampeonato entre 1977 e 1980. Nos anos 80, também gritou ‘campeão’ em 1982 e 1984.
Na década de 90, além de erguer as taças do estadual em 1993 e 1995, 1996 o Vila Nova também conquistou um título importante: o Campeonato Brasileiro da Série C, vencido de forma invicta. Os dois últimos títulos do Goianão dos 15 conquistados pelo Tigre, vieram em 2001 e 2005.
Nas últimas temporadas enquanto vê os adversários Atlético e Goiás dividirem os troféus do Campeonato Goiano e marcando presença no Brasileirão da Série A, o Vila Nova acumula mais um título da Série C em 2015 e mais um rebaixamento para a terceira divisão de 2020.
Jogadores que marcaram
O primeiro atleta a fazer história com o manto colorado foi o ‘Capitão’ Onésio Brasileiro Alvarenga. Ao lado do técnico Teodorico José da Silva, foi o responsável pelo surgimento do Vila em 1955. Reforçando sua importância na história do clube, Onésio dá nome ao estádio localizado no setor Leste Vila Nova.
Na temporada seguinte surgiu Guilherme, eleito em 2013 pela torcida do Vila Nova o maior jogador da história do clube. Foram três passagens: de 1968 a 1969, 1969 a 1972 e 1972 a 1975, entre muitos gols, participações em partidas internacionais e os títulos goianos de 69 e 72. Neste período de 1960, também devem ser lembrados nomes como o de Artur, Sete Léguas, Gibrair, Mosca, Bajoso e Curió.
Guilherme acompanha partida do Vila Nova (Foto: Futebol de Goyaz)
Posteriormente, a partir de 1970, também marcaram os torcedores colorados atletas que participaram do importante tetracampeonato colorado. Entre os que brilharam estão Humberto Ramos, Roberto Oliveira, Zé Henrique, Luís Dário, Serginho, Danival, Zé Luiz, Davi e Fernandinho, falecido em 2020 e homenageado por companheiros e amigos.
Na década de 1980, destaca-se nomes como Timoura, Roberto Bombinha, Cândido, Tulica, Fausto e Jota Maria. Já nos anos 90, entre os títulos estaduais e o título invicto da Série C em 1996, brilharam com a camisa colorada Sérgio Neri, Bé, Tim, Roni, Cacá, Sabino e Luciano Goiano.
Bé (Foto: site Vila Nova Futebol Clube)
Entre 2000 e 2010, o protagonismo nas conquistas de 2001 e 2005 foi adquirido com belas atuações dentro das quatro linhas. Nomes como Donizete, Túlio, Anderson, Wando, Heleno, Pedro Júnior e Paulo Ramos foram fundamentais pelos bons momentos da equipe neste período.
Atualidade
alan mineiro 2020
Alan Mineiro é a grande esperança do clube nesta temporada (Foto: Assessoria VNFC)
Os últimos títulos do Tigre vieram em 2015, quando conquistou o título da Divisão de Acesso do Goianão e o Campeonato Brasileiro da Série C. Mesmo com o jejum de títulos, o clube conseguiu desempenhar boas campanhas no Campeonato Brasileiro da Série B e em duas oportunidades, 2017 e 2018, brigou na parte de cima da tabela pelo acesso à primeira divisão.
Nestes últimos anos o meia Alan Mineiro se tornou o principal nome do elenco e o ídolo mais recente da história do Vila Nova. Fundamental nas boas campanhas da segunda divisão do Campeonato Brasileiro, ficou marcado pelos gols contra o Goiás, maior rival do clube. Por isso, foi carinhosamente apelidado pela torcida vilanovense como “Rei dos clássicos”. Retornando de cirurgia no joelho, o camisa 10 é a principal esperança para retornar à Série B.
Em 2020 a agremiação passou a ter uma nova diretoria, comandada pelo presidente Hugo Jorge Bravo. Entre a preocupação com as dívidas do clube e os resultados dentro de campo, o mandatário também já destacou a preocupação com o patrimônio da instituição.
O desejo de manter viva a paixão da torcida passa também por reformas estruturais, tanto no CT Toca do Tigre quanto também nas dependências do Onésio Brasileiro Alvarenga que deve, inclusive, receber as partidas da equipe durante a Série C.
OBA (Foto: Douglas Monteiro/VNFC)