O dia 26 de abril tem um significado especial no mundo de futebol. A data foi escolhida para homenagear o personagem que, dentro de uma partida de futebol, tem a função de impedir o grande objetivo de um jogo: o gol. A escolha pelo dia 26 de abril surgiu em 1975, quando o tenente Raul Carlesso e o capitão Reginaldo Pontes Bielinski, professores da Escola de Educação Física do Exército resolveram destacar a importância de Manga para a posição.
Nascido em Recife, o atleta é considerado um dos maiores goleiros do futebol brasileiro. Começou sua carreira no Sport e teve passagens por Botafogo, Internacional, Nacional-URU, Barcelona de Guayaquil, além de disputar a Copa de 1966 na Inglaterra como titular da Seleção Brasileira.
Fabrício e Clérison, goleiros do Vila Nova (Fotos: VNFC / Montagens: Sagres Online)
Para comemorar a data, a Sagres 730 entrevistou Fabrício e Clériston, os dois principais goleiros do Vila Nova, para conhecer um pouco da trajetória de ambos dentro do futebol. Titular no gol colorado nesta temporada, Fabrício tem 34 anos e 12 jogos pelo Tigre em 2020. Natural de Paranavaí-PR, o camisa 1 do Vila revelou que iniciou a carreira no futsal.
“Muitos me perguntam porque eu escolhi essa posição, mas na verdade acho que eu fui escolhido por essa posição. Quando comecei no futsal com 5 anos de idade eu era o maior da turma, então fizeram o teste de me colocar como goleiro e desde então eu gostei de atuar no gol, de usar uma roupa diferente e treinar diferente. Aos 18 anos quando fiz a transição do futsal para o futebol de campo eu tive um pouco de dificuldade, tive que aprender as técnicas de futebol que é totalmente diferente do futsal. Eu encarei com muita seriedade e acabei tomando gosto”, explicou.
– Qual a sua grande referência na posição?
“A minha referência desde que comecei a jogar futebol de campo sempre fui o Buffon, goleiro que até hoje é um dos melhores do mundo, e mesmo com a idade que tem hoje consegue manter essa regularidade que é tão difícil a gente ver nos goleiros. Então para mim o Buffon sempre foi um espelho”.
– Qual a defesa mais complicada que você já fez e que te marcou?
“Foi quando eu disputava o Campeonato Paranaense, jogava pelo Rio Branco de Paranaguá e nós disputávamos contra um time de Londrina para não ser rebaixado, sendo que com um empate nós garantíamos a permanência na primeira divisão. Nesta partida eu acabei defendendo um pênalti no último lance do segundo tempo, o placar ficou 0 a 0 e eu acabei salvando a equipe de não cair naquele ano”.
– Neste período de isolamento social, como você está fazendo com os treinamentos?
“Os treinamentos estão sendo bem difíceis porque goleiro tem que treinar com bola, não pode perder o contato com ela, então é muito complicado esse tempo sem treinar, sem fazer os trabalhos específicos para goleiro até porque aqui onde estou todos os parques e campos estão fechados. Nós só podemos fazer trabalhos físicos e funcionais, então é muito difícil porque nunca passei tanto tempo sem treinar com bola”.
Clériston
Depois de chamar atenção no futebol goiano defendendo o Iporá em 2018, Clériston foi contrato pelo Vila Nova na última temporada, mas não recebeu muitas oportunidades. Em 2019 era reserva de Rafael Santos e só disputou uma partida oficial; neste ano, reserva de Fabrício, ainda não jogou.
Com 28 anos, o arqueiro colorado explica que a paixão pela posição surgiu ainda criança ao perceber que os goleiros eram ‘diferentes’ dos outros jogadores dentro de campo.
“Minha escolha para a posição de goleiro veio juntamente com o dom que Deus me deu. Para mim goleiro já nasce goleiro, diferente de um atleta de linha você pegar e trabalhar para ele ser goleiro, dificilmente vai dar certo. Cada um nasce com uma vocação e a minha começou a despertar desde pequeno, desde criança. Sempre gostei de futebol, de assistir jogos pela televisão e quando eu via a imagem do goleiro me chamava a atenção porque eu o via com uma roupa diferente dos demais jogadores. Muitas vezes ao final do jogo com uma defesa, uma intervenção, ele garantia o resultado para sua equipe; ao final da partida os narradores, a imprensa, todo mundo elogiando aquela defesa e eu sempre achei isso um máximo. Eu cresci com esse sonho de me tornar um atleta profissional de futebol e ser goleiro, e hoje esse sonho é realidade na minha vida”, relembrou.
– Quem te inspirou e é sua grande referência na posição?
“Minha referência é um atleta que desde criança eu me identifiquei e até hoje me identifico que é o Marcos, goleiro que jogou no Palmeiras. Eu cresci escutando todo mundo gritar ‘São Marcos’ e eu achava um máximo um goleiro ser chamado de Santo. Com o passar do tempo pude acompanhar mais o futebol, a Copa do 2002 que o Brasil foi pentacampeão e ele fez um torneio impecável e na minha colocação deveria ter sido o melhor goleiro da Copa. Mas é um atleta que me identifico até hoje pela pessoa que é, por ser do interior como eu, por ser um goleiro que todas as torcidas do futebol brasileiro tinham um carinho mesmo ele vestindo a camisa de um clube”, destacou.
Ouça na íntegra a entrevista do repórter Manoel Filho com os goleiros Fabrício e Clériston:
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