Foto: Secom/Prefeitura de Goiânia

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) emitiu nota técnica nesta quinta-feira (30) na qual recomenda que não sejam flexibilizadas atividades produtivas em Goiânia, como forma de conter o avanço no novo coronavírus na capital. Em entrevista à Sagres nesta semana, a titular da Pasta, Fátima Mrué, já havia reforçado a necessidade não afrouxar as medidas contra a pandemia.

Confira a nota

NOTA TECNICA Nº 01-2020 – SMS-GAB

De acordo com o documento, a SMS baseia-se em recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), que diz que qualquer flexibilização deve ocorrer somente mediante comprovação de que a transmissão do novo coronavírus esteja controlada.

A SMS recomenda não flexibilização das atividades não essenciais, além daquelas previstas
no Decreto Estadual n° 9.653, de 19 de abril de 2020, “guardados os princípios de
distanciamento visando evitar aglomerações, e garantidos os devidos cuidados de
proteção individual e etiquetas de higiene; apoiados nos protocolos estabelecidos pela
Secretaria Municipal de Saúde”.

Na nota, a SMS considera a justificativa epidemiológica de que o primeiro caso foi confirmado em Goiânia ocorreu em 12 de março, cujo paciente teve histórico de viagem para a Itália. Segundo a Pasta, desde então, houve um aumento progressivo de casos no município, “sendo que no dia 25/03/2020 foi confirmado o primeiro caso de
transmissão comunitária” na capital.

Ainda na justificativa, a SMS reitera que até esta quarta-feira (29), foram confirmados 448 casos por Covid-19 em residentes de Goiânia, distribuídos em 125 bairros da capital, e 12 óbitos pela doença, dos quais 83% ocorreram na população acima de 60 anos, com
a maioria apresentando alguma comorbidade como cardiopatia, diabetes e obesidade.

No boletim da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), apresentado nesta quinta-feira (30), Goiânia já figura com 453 casos confirmados de Covid-19.

Entre as medidas implementadas, a nota técnica da SMS reitera “a investigação e monitoramento de todos os casos notificados e confirmados” pelo “CIEVS- Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde e serviço de Telemedicina”, e ressalta que “a curva de casos confirmados no município está menor em
comparação com outras capitais, o que pode ser explicado pelas medidas de restrição
social implementadas no dia 13/03/2020, por meio de Decreto Estadual”.

Capacidade de atendimento

Sobre a capacidade de atendimento na capital, a SMS afirma na nota que 52 leitos de UTI do Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento da doença causada de pelo Covid-19, e que há “perspectivas de abertura de novos leitos para o próximo mês de maio, porém a abertura se dará de forma escalonada e ainda carece de equipamento para o pleno funcionamento”.

A SMS argumenta que  atualmente “as taxas de ocupação em Goiânia dos leitos de UTI
específicos para COVID-19 estão em 30,8% de sua capacidade, motivo pelo qual o
afrouxamento indiscriminado poderá aumentar o número de casos e consequentemente a ocupação dos leitos”.

Projeção 

Na nota, a secretaria estima que, em um cenário mais otimista, “cujo RO (velocidade de reprodução virai) estático na ordem de 1,65 e pool populacional, espera-se um pico de casos de COVID-19 a partir da segunda semana do mês de maio”, e que “no momento atual não há evidencias cientificas e epidemiológicas que respaldem maior flexibilização das medidas restritivas implementadas no município de Goiânia”.

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