Goiânia registrou na última sexta-feira (18), o primeiro caso de uma pessoa infectada com a variante do coronavírus, denominada como Delta e identificada pela primeira vez na Índia. Em entrevista à Sagres, a bióloga Mariana Pires Campos Telles, que coordena a pesquisa sobre o Mapeamento das variações genéticas do Coronavírus (Sars-Cov-2) em Goiás, contou que nova cepa é categorizada como variante de preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Ela possui algumas mutações que aumentam a capacidade de infecção, além dela ter um aumento do risco de hospitalização. Se a gente comparar com a Gama (P1, identificada pela primeira vez em Manaus), que a gente já tinha essa preocupação e que foi a responsável, inclusive, pela segunda onda em Goiânia, ela infecta, no mínimo, duas vezes mais. Então é importante que a gente mantenha a vigilância”.
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A bióloga explicou que a amostra com a nova variante foi analisada durante o mês de maio e colhida em abril. Agora é necessário aumentar o sequenciamento para que seja possível identificar qual a dominância dessa cepa na capital. “Se não mantermos todos os protocolos de distanciamento, uso de máscara e toda parte de biossegurança bem feita agora, mais do que nunca, a gente vai potencializar o que essa variante já tem, que é a capacidade de infectar mais rápido”.
Mariana afirmou que pesquisas feitas no países em que essa variante “deixou estrago”, sugerem que, além de ser mais contagiosa, ela também aumenta o risco de hospitalização. Porém, é preciso observar como ela se comporta no Brasil, sendo necessárias, mais pesquisas.
O projeto de mapeamento foi criado em uma chamada emergencial pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e do INCT Ecologia, Evolução e Conservação da Biodiversidade, há cerca de um ano. O contrato termina agora, mas conversas são mantidas com a Secretária de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), para continuidade do projeto, diante da necessidade das pesquisas.