Baseada em evoluções pós-acontecimentos e experiências do passado, o futurismo tem um grande desafio durante a presente pandemia: desvendar como será o novo normal. De acordo com o jornalista e professor Carlos Nepomuceno, esse tempo ainda não chegou, embora muitos acreditem que já saíram do “velho normal”.

“O futurismo geralmente aponta macrotendências de 20, 30, 40 anos”, afirma. “Não é misticismo. É tentativa de desenvolver uma ciência. Existem vária mudanças profundas que nós vamos passar, e muita gente está achando que agora estamos em um novo normal. Esse é o ‘novo normalzinho’, o novo ‘normalzão’ ainda está por vir”, complementa.

Segundo Nepomuceno, algo que continua normal há décadas é a educação no Brasil. O modo como o conhecimento é transmitido nas escolas precisa passar por transformações e se adequar ao futuro.

“A escola educava para a sociedade que existia. O problema é que a sociedade mudou e a escola vai ter que acompanhar. A grande dificuldade da mudança é que as pessoas naturalizaram a maneira em que vivem hoje, o tal do velho normal. Agora quando se fala que tem que passar para o novo normal, a pessoa simplesmente não aceita, não gosta, tem raiva, nega, e ela começa a segurar”, avalia.

O futurismo é uma disciplina que estuda o movimento das mudanças para ajudar na preparação para o futuro, o que inclui as mudanças pelas quais o ensino precisa passar para evoluir.

“Nós estamos precisando usar as novas tecnologias para resolver o problema da complexidade demográfica que atinge todos os setores, não só da educação, na saúde, na justiça, habitação, saneamento. Se tem um problema de quantidade sem qualidade ou qualidade sem quantidade. Uma escola muito boa é aquela que tem poucos alunos, professores caríssimos e então não se pode botar todo mundo nessa escola; ou você tem uma escola com muitos alunos, professores ganhando pouco e baixa qualidade”, avalia Nepomuceno.

Assista a entrevista na íntegra no Tom Maior #50