O novo valor corresponde ao reajuste da inflação do ano, que encerrou 2019 em 4,1% (Foto: ABr)

 

O presidente Jair Bolsonaro editou medida provisória (MP) que aumenta o salário mínimo de R$ 998 para R$ 1.039 a partir da quarta-feira (1º). O novo valor corresponde ao reajuste da inflação do ano, que encerrou 2019 em 4,1%, segundo o Índice Nacional do Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

É a primeira vez na história que o salário mínimo ultrapassa a faixa de R$ 1 mil desde o início do Plano Real, em 1994. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), o valor do salário mínimo para uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 4 mil, portanto o aumento não representa ganho real e continua abaixo do necessário para suprir necessidades básicas.

A comerciária, Dulcineia Fonseca, apontou uma dessas necessidades. “Eu achei muito pouco porque a gente que tem filho pequeno não consegue comprar uma caixa de leite, não dá para comprar com R$ 41, é muito mais, porque o litro de leite tá numa faixa de uns R$ 3, isso dá uns R$ 44, então é muito pouco”.

O governo estima que, para cada aumento de R$ 1 no salário mínimo, as despesas elevam-se em R$ 355,5 milhões, principalmente por causa do pagamento de benefícios da Previdência Social, do abono salarial e do seguro-desemprego, todos atrelados ao mínimo.

O orçamento para 2020 aprovado no mês passado por deputados federais e senadores previa que o sálario mínimo seria de R$ 1.031, portanto o reajuste acabou ficando R$ 8 acima do previsto e pouca coisa superior a inflação do ano passado.

“A inflação acumulada no período, o INPC somou 4,02% e o reajuste do salário mínimo foi de 4,1%, então a diferença foi ínfima, é só a recuperação efetiva do poder de compra do salário que já foi corroído pela inflação. A previsão de injeção no mercado é de R$ 316 bilhões por mês”, contou o presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis (Sescon-Go), Edson Cândido.

Segundo Edson, o reajuste parece pouco, mas pesa nas contas do governo, especialmente da previdência social. “Para cada R$ 1 de reajuste de R$ 2,5 bilhões nas despesas públicas com o custo tanto da previdência quanto da assistência social”.

O presidente ainda apontou que a partir desse mês, uma mudança no índice de contribuição para a previdência deve beneficiar quem ganha o salário mínimo, já que com a redução da contribuição para o INSS, quem ganha até um salário mínimo e pagava 8% passará a pagar 7,5%, tendo um ganho de 4,1% no reajuste do salário.

Com R$ 41 do reajuste dá para comprar cinco quilos de arroz, dois quilos de açúcar, um de feijão, um litro de óleo, um litro de leite e um pacote de bolachas. Dulcineia acredita que mesmo para quem não tem filhos pequenos o reajuste foi muito pouco.

*Com informações da Agência Brasil

 

Confira a reportagem de Silas Santos

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