Nesta semana o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, revelou que escreveu aos membros da organização nos Estados Unidos, solicitando a adesão ao COVAX, mecanismo projetado para garantir o acesso rápido, justo e equitativo a vacinas contra a COVID-19 em todo o mundo.

Para ele é natural que exista um desejo dos líderes mundias de proteger primeiro o seu próprio país, porém,Tedros ressalta que a resposta para essa pandemia precisa ser coletiva.

The COVAX Global Vaccines Facility é o pilar da Aceleradora ACT (Acesso às Ferramentas COVID-19) – uma iniciativa lançada em abril com o intuito de potencializar a produção de vacinas e outros medicamentos para tratar o novo coronavírus e torná-los disponíveis para a população mundial.

O COVAX é gerido pela Gavi, Aliança para Vacinas, pela Coalizão de Inovações de Preparação para Epidemias (CEPI) e pela OMS, junto com fabricantes de vacinas multinacionais de países em desenvolvimento.

De acordo com o consultor sênior da OMS, Dr. Bruce Aylward, o objetivo do COVAX é garantir que o maior número possível de países contribua com o desenvolvimento, aquisição e distribuição de vacinas contra a COVID-19.

O consultor sênior da OMS informou também que os termos deste dispositivo estão sendo finalizados, e destacou que mais de 170 países, representando cerca de 70% da população mundial, já manifestaram o desejo de aderir ao mecanismo ou manifestaram interesse.

Nacionalismo vacinal

Tedros explicou os dificuldades logísticas que a OMS enfrentou no envio de equipamentos médicos para países em todo o mundo nos últimos oito meses, à medida que a demanda por máscaras médicas, aventais e outros equipamentos de proteção individual (EPI) aumentava.

Fatores como lockdown, colapso no transporte aéreo e restrições à exportação afetassem a fabricação e distribuição de EPIs, Tedros afirmou que também houve vários casos em que suprimentos médicos importantes foram requisitados para uso nacional.

O chefe da OMS ainda relatou que o abastecimento nacionalista prejudicou e colaborou para o insucesso da cadeia de abastecimento global. Ele salientou que espera que quando novos diagnósticos, medicamentos e vacinas forem lançados, os países não repitam os mesmos erro.