Durante muito tempo resisti. Ou imaginei viver meu tempo de resistência. Armei barricada com base em duas palavras. Palavras de ordem. Paciência. Persistência. Contei isso uma vez a uma sábia senhora. Ela me perguntou: e a fé? Pois é, tem isso. Desde então, vivo um minuto de cada vez a minha busca pessoal. Paciência. Persistência. Fé. Assim, com ponto final, inicial, letra maiúscula, respiração medida, inspiração desmedida. Não mais montando barreiras. Não mais lutando a esmo, por vezes em vão. Sim. Em busca. Li um livro de Sêneca sobre o assunto. Talvez seja isso. Ou seja: isso também. Penso que muitos perdem a fé ao longo do caminho. E os que nunca tiveram fé? Penso que estes não têm o que perder. Eu tenho fé. Sempre tive. Com fé, sou eu. Sem fé, nunca fui. Tenho fé agora na nova era da 730. Na Sagres. Sagres 730. Este blog vai nesta onda. Ao som de Gil, Jobim, Vinícius, Chico, Tião Carreiro e, sempre sempre, Elis. Já perceberam quanto tem de libertário, revolucionário, popular e avassalador o canto de Elis? Eu sigo a canção, ao lado de José Régio e Drummond. Enfim, não resisto aos tempos de absoluta depuração. Só vou por onde me levam meus próprios passos.