O Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (Hmap) começou a utilizar o corticoide dexametasona no tratamento contra a Covid-19. O medicamento apresentou resultados positivos em estudo de pesquisadores britânicos, da Universidade de Oxford, na Inglaterra.
“Essa medicação teve um resultado positivo no tratamento e no desfecho clínico de alguma porcentagem dos pacientes gravíssimos”, afirma Erika Nogueira, coordenadora farmacêutica do Hmap.
O primeiro paciente da unidade a realizar o tratamento na quarta-feira (17) com a dexametasona é um homem de 82 anos que está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hmap desde terça-feira (16), utilizando ventilação mecânica. A coordenadora explica que não houve piora do quadro clínico do idoso desde que começou a usar o medicamento.
“O estado dele é o mesmo de ontem (17), se manteve. Não agravou mais ainda, mas se manteve. Como o tratamento fala de 10 dias, temos que aguardar para ver uma resposta desse paciente”, afirma.
O medicamento, que é de baixo custo, é indicado para o tratamento de alergias e inflamações e para o tratamento de sintomas de vários tipos de doenças, como problemas reumáticos e artríticos, de pele, nos olhos, glandulares, pulmonares, sanguíneos e gastrintestinais.
Segundo o protocolo, são 6 miligramas por dia de dexametasona, aplicada de forma endovenosa, ou seja, diretamente na veia. De acordo com a coordenadora farmacêutica do HMAP, Erika Nogueira, a dexametasona vai ser utilizada em pacientes graves que testaram positivo para Covid-19.
Cerca de 4 mil pacientes fizeram parte do estudo da universidade britânica. Os pesquisadores afirmam que o remédio, comprovadamente, reduz a incidência de mortes pela covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. De acordo com cientistas da Universidade de Oxford, houve redução de um terço das mortes em pacientes que precisavam de tratamento com oxigênio e receberam o corticoide.
Um informativo da Sociedade Brasileira de Infectologia, assinado pelo presidente, Clóvis Arns da Cunha, na terça-feira (16) declarou a eficácia na redução da mortalidade da doença. O documento afirma que a pesquisa realizada na Universidade de Oxford conclui que todo paciente com Covid-19 em ventilação mecânica e os que necessitam do auxílio do oxigênio fora da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) podem receber dexametasona, de acordo com a avaliação do médico.
“É uma medicação que está contemplada em nossa lista de padronização. Nossa lista é baseada na relação municipal de medicamentos de Aparecida de Goiânia e na relação nacional, conforme protocolo do Sistema único de Saúde (SUS). Nós já temos a medicação em estoque, e quando for prescrita pelos médicos para os pacientes com Covid-19 nós vamos poder atender”, conclui Erika.
De acordo com o último boletim da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Aparecida possui 1.337 casos confirmados de Covid-19, 23 mortes e 660 recuperados. A taxa de ocupação das UTIs no município está em 58%.
Na manhã de hoje (18), em entrevista à Sagres, o secretário de saúde de Aparecida de Goiânia, Alessandro Magalhães, afirmou que a cidade apresenta baixo índice nos óbitos por conta da somatória de estratégias adotas. Ele apontou o escalonamento que permite o funcionamento de lojas e empresas em formato de rodízio, e destacou o alto índice de testagem no município.