Se tem um setor da economia que está sofrendo com essa pandemia, certamente é o turismo. Esta é uma área com um enorme potencial ainda não explorado no Brasil, que emprega muita gente, polui muito pouco e movimenta bastante dinheiro. No Brasil e no mundo, várias cidades têm no turismo a sua maior fonte de renda, e nossa querida Pirenópolis é um exemplo, assim como Caldas Novas, duas cidades que “respiram” turismo.

Aí chegou a pandemia. De forma avassaladora, destruiu o trabalho de milhares de profissionais do turismo. Muito se discute sobre como minimizar os impactos neste setor, mas o que se vê, é uma demora nas decisões sobre mecanismos de apoio econômico ao setor, e muito bate-cabeça entre as esferas de poder. Este descompasso administrativo e legal atrapalha mais do que ajuda quem vive do turismo no Brasil.

Para falar sobre isso eu conversei nesta semana com uma pessoa que entende do assunto e da nossa realidade aqui de Goiás. Marcelo Safadi é arquiteto, empresário do Turismo, consultor de projetos turísticos e já foi secretário estadual de Turismo de Goiás.

O impacto no turismo de lazer e no de negócios foi devastador com a pandemia. Para Safadi, o turismo de negócios não deve voltar ao que era antes da pandemia. “As tarifas de hotéis nos grandes centros estão baixas, sinal de pouco movimento”, percebe. Entretanto, apesar do choque causado pelo início da pandemia, o turismo de lazer teve meses de alta demanda no segundo semestre de 2020. Quanto ao turismo de eventos, este terá que se reinventar, pois a escala mudou, os cachês terão que mudar, sua logística, segurança e outros fatores associados.

Ainda conforme Marcelo, a pandemia mudou hábitos de consumo, e um dos que devem aumentar é o turismo de lazer. “Compra-se menos roupas e carros, mas as pessoas querem viajar a lazer e para destinos próximos às capitais, por curtos períodos”, comenta, citando o exemplo de Pirenópolis, que está próxima a Goiânia e Brasília, e teve períodos de altíssima visitação entre agosto e dezembro do ano passado.

Marcelo Safadi acredita que falta um refinamento nas decisões do governo sobre a adoção de um decreto padrão para funcionamento ou fechamento do comércio em nível estadual. Para ele, as decisões estão sendo tomadas por leigos. Falta escalonamento de atividades, o que deveria acontecer independentemente do período pandêmico. Uma isonomia de tratamento entre cidades com realidades demográficas, econômicas e sanitárias diferentes pode não ser tão boa assim. Marcelo cita pesquisas que mostram que o turismo é uma das atividades com menor risco de contaminação, quando feita por uma família, em locais que respeitam as normas de proteção à Covid.

FPC: Covid no mundo – o cenário em Barcelona.

No quadro Faz Parte do Cenário tivemos o ponto de vista da Patu Antunes, uma diretora de marketing brasileira que mora em Barcelona e que falou conosco sobre como os catalães têm enfrentado a pandemia da Covid-19 e como o pessoal lá de Barcelona tem olhado para nós. A Patu faz parte desta série internacional que temos produzido com a participação de brasileiros ao redor do mundo, contando como está a realidade de cada um e como estamos sendo vistos mundo afora. Vale a pena conferir!

Minutagem

– Pandemia e incompetência: duas catástrofes para o turismo.

– É possível tratar todas as cidades com o mesmo decreto estadual?

– Discrepâncias que inviabilizam um controle da pandemia no Brasil.

– O turismo é uma atividade estratégica para reduzir a contaminação.

– Quem realmente prevalece nas decisões contra a pandemia?

– FPC: Covid no mundo – o cenário em Barcelona.