Quem costumava fazer vista grossa para compras pela internet antes da pandemia, acabou tendo que dar o braço a torcer. E ainda não é tarde para essa mudanças de hábito, visto que a pandemia infelizmente ainda poderá durar semanas ou meses, segundo especialistas e autoridades de saúde.

Mesmo que a economia volte a todo o vapor como antes da Covid-19, a forma como as pessoas passaram a fazer compras já é uma realidade. Segundo a diretora de E-commerce e Transformação Digital da Unilever Espanha, Patrícia Amaro, a pandemia consolidou o que até então era tendência.

“O que aconteceu com o Covid-19 e a pandemia é que tudo se acelerou e aí meio que separou entre aqueles que de alguma forma já estavam preparados e tinhas alternativas e aqueles que não tinham nenhuma alternativa porque ignoraram essas tendências. A gente acredita que essas mudanças vieram para ficar”, afirma.

O que a Covid-19 fez com o comércio em todo o planeta não é novidade. Patricia Amaro analisa que os grandes nomes do e-commerce mundial cresceram exatamente em momentos de pandemia como quando houve o H1N1 em 2009 e o SARS-CoV em 2002.

“Esse movimento que houve para o e-commerce e de tudo que a tecnologia, não só o e-commerce, mas o trabalho virtual, as reuniões, enfim, tudo isso a gente acredita que veio para ficar. No momento em que se reabrirem as lojas, uma parte vai voltar mas com muita restrição e fato é que grande parte das barreiras para compra online que as pessoas tinhas, caíram”, avalia.

Enquanto muitos lojistas aguardam para reabrir as portas Brasil afora, Patrícia Amaro orienta que o quanto antes se adaptarem às tecnologias para compras pela internet, melhor, e aponta o mercado ainda possui maior resistência a essa mudança.

“Todos os lojistas deveriam ter uma plataforma online, porque é um caminho sem volta”, recomenda. “A categoria que tem mais resistência é o supermercado, porque principalmente frutas, perecíveis, a pessoa quer pegar, ver se está madura, quer escolher. Então a pandemia foi direto na maior resistência. Na hora que se quebra a maior resistência, comprar roupas, livros, eletrônicos, é muito fácil. Quem compra o supermecado online, compra todo o resto”, conclui.

A estimativa da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) é que o e-commerce brasileiro deva movimentar R$ 106 bilhões, um aumento de 18% em relação ao ano anterior.

Assista a entrevista na íntegra com Patrícia Amaro a seguir a partir de 2:08:00