A cidade tem um administrador com pulso forte e o fato é excelente. Paulo Garcia demonstrou firmeza no trato com a associação clandestina que, em nome dos professores, invadiu o Plenário da Câmara Municipal. O prefeito conversou com os grevistas e já foi ceder muito, pois sequer deveria se reunir com quem está descumprindo decisão judicial. Mais do que isso Paulo Garcia não pode nem deve fazer.
Caso o prefeito se curve ao capricho dos radicais, outras categorias também vão radicalizar. Servidores dos municípios e do Estado recebem verbas públicas para servir ao público. A média salarial é maior e a jornada é menor no serviço público do que na iniciativa privada. Portanto, não tem nada de servir ao público nem de serviço público, só de exploração da paciência de quem custeia seus rendimentos. Se os governantes afrouxarem com os inflexíveis, quem vai pagar a conta são os alunos sem estudar e as vítimas de crimes sem registrar ocorrência.
Não se trata de coitadinho. Professor da rede pública em Goiânia ganha acima do Piso Nacional de Salário. Não é uma fortuna, mas é acima do que recebem os jornalistas, os radialistas e diversas outros profissionais. Claro que o professor é mais importante que todos os demais servidores, mas não podem tomar de refém a sociedade por motivo nenhum. Até porque o prefeito Paulo Garcia atendeu a 100% do que pediram. O que Paulo Garcia não pode mudar é a data da eleição e tem um pessoal que apronta demais em tempo de campanha por votos.
Até aí Paulo Garcia está corretíssimo. O repúdio ao prefeito começa quando anuncia mais uma viagem internacional. Vai percorrer o outro lado do mundo, visitado há um ano pelo presidente da Assembleia, Helder Valin, ao lado de numerosa comitiva. Paulo não tem nada que sair de Goiânia, ainda mais se a greve continuar. Aí, será uma falha dos três poderes. Do Judiciário, que não obriga ao cumprimento de suas decisões. Do Legislativo, que aceita bovinamente a invasão de seu Plenário. E do Executivo, que vai para o Japão e não abre o olho dentro de casa.