O programa Pauta 1 desta terça-feira (09) busca analisar o atual cenário político e institucional no Brasil. Há um ano, os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 cristalizavam a polarização instalada no país. Os atos antidemocráticos foram intensificados depois da vitória de Lula (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais.

Manifestantes vestidos de verde e amarelo —alguns que estavam acampados em frente ao quartel-general do exército— foram à esplanada dos ministérios. Lá, invadiram a Praça dos Três Poderes e o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal federal, vandalizando as áreas internas dos prédios.

As invasões geraram intensa movimentação política durante o ano, com uma intervenção federal na segurança do Distrito Federal e a suspensão do mandato do governador Ibaneis Rocha (MDB). Além disso, a Polícia Federal descobriu a existência de uma minuta golpista na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.

Duas CPIs sobre o dia 8 de janeiro de 2023 foram abertas, uma delas indiciando o ex-presidente Jair Bolsonaro como suposto autor intelectual dos ataques. Para analisar tudo o que se passou naquele dia e as consequências políticas ao longo do último ano, o Pauta 1 conversa com o cientista político Fábio Gentile, que é um especialista italiano, professor da Universidade Federal do Ceará, pós-doutor em ciências políticas e integrante do Observatório da Extrema Direita, que reúne pesquisadores e professores universitários.

O programa ainda busca avaliar o futuro do cenário político brasileiro, com vistas à polarização entre petismo e bolsonarismo e a disputa pelo Palácio do Planalto em 2026. Para isso, recebemos a cientista política e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Mayra Goulart.

Balanço

Ao todo, eram cerca de 4 mil manifestantes e 2.151 foram presos. Os prejuízos causados pelos atos de vandalismo somam mais de R$ 20 milhões. Continuam presas 66 pessoas e outras 30 já foram condenadas. Mais de 1,3 mil ainda esperam julgamento.

Os manifestantes presos e denunciados respondem pelos crimes de associação criminosa armada; dano qualificado contra patrimônio da união e contra patrimônio tombado; abolição violenta do estado democrático de direito e tentativa de golpe de estado.

Depois da tentativa de golpe, outras 88 pessoas foram presas pelas 22 fases da Operação Lesa Pátria. A investigação adotou quatro vertentes: sobre possíveis autores intelectuais; omissão de agentes públicos; financiadores do movimento e dos acampamentos, além da busca individualizada dos vândalos.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Eficazes

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