O calvário colorado se mantém e cada vez mais fica pior. Com uma polêmica por dia, o clube parece estar no limite do sua existência e esse mês é uma prova capital disso. Pela terceira vez em 15 dias, o Vila Nova entrou em greve nesta quarta-feira e dessa vez, é por período indeterminado. Mais do que isso: irritado com a situação, o preparador físico Alexandre Irineu pediu demissão do clube e o técnico Márcio Bittencourt pode fazer o mesmo.
Tudo continua girando em torno dos salários atrasados e do novo grupo que promete assumir o Vila, mas até esta quarta-feira ainda não o fez. O grupo de Leonardo Rizzo, Zé Eduardo e Carlos Alberto Barros chegou a assumiu “simbolicamente” o clube na última sexta-feira (14), mas ainda não o fez efetivamente e por isso, os salários ainda não foram pagos.
O motivo desse “assume e não assume” é que alguns membros da diretoria passada não renunciaram, casos de Rodrigo Nogueira, diretor financeiro, além de Walter Massi e Urildo Campos, membros do COF (Conselho de Orientação Fiscal). Rodrigo, por exemplo, destacou que só renunciaria quando o dinheiro que ele tirou do próprio bolso para ajudar o Vila fosse devolvido.
Com toda essa indefinição, os funcionários, inclusive jogadores e comissão técnica, perderam a paciência e novamente deflagraram a greve, dessa vez sem período determinado para retomar a intertemporada. E o preparador físico Alexandre Irineu, que vinha comandando esses trabalhos, pediu demissão na manhã desta quarta-feira.
“Foi principalmente pela indefinição, no meio de uma briga, não sabe de que lado pode vir a resolução, é algo tão difícil que a gente não tem posição de um lado, nem de outro. A gente fica sem saber, nessa transição que eles estão fazendo já se passou quase um mês, é reunião em uma semana, passa para a outra, e para a outra, e quem tá sendo prejudicado, além da instituição, somos nós. Eu mal cheguei no clube e já vou para três meses sem receber, não dá para trabalhar”
Irineu chegou ao clube no decorrer do Goianão e vinha fazendo um bom trabalho na parte física, principalmente nos dois primeiros jogos do Brasileiro Série C. O preparador explicou que queria permanecer no Vila Nova e, que no meio de toda essa confusão, recusou duas propostas, uma do Brasiliense e outra do América-RN, com o qual chegou a acertar na última quinta-feira e foi demovido da ideia pela “nova diretoria”. Alexandre ainda explicou como a situação tem atrapalhado.
“Como é que você faz um planejamento se você não sabe quando é que vai treinar? Ontem (terça-feira) eu dei um treino que fui para casa desanimado, voltei hoje triste e falei: ‘professor, não está rendendo’. Como é que você pede foco para os atletas, como que você vai gritar no ouvido deles para motivar, se o cara não tem como concentrar aqui? Ontem o Alexandre (Carioca) pediu no meio no treino para não treinar mais porque não estava com cabeça”