Uma pesquisa da VisualGPS, dados da empresa iStock, concluiu que 82% dos brasileiros não acreditam nos argumentos de sustentabilidade das empresas. Para esses entrevistados, as companhias projetam seus produtos para parecem mais ecológicos do que realmente são. No Japão, esse número ficou em 58%.

Nesse sentido, o levantamento também pôde observar um aumento de preocupação com a crise climática em todo mundo, principalmente para os brasileiros. Aliás, o tema está acima, inclusive, de inflação, crise energética ou a paz mundial.

Ainda de acordo com a VisualGPS, sete em cada dez pessoas no mundo acham que evoluíram significativamente em relação a uma vida mais sustentável do ponto de vista ambiental. Sendo assim, para corroborar com a crescente preocupação do brasileiro, esse número sobe de nove a cada dez indivíduos.

Outro dado relevante que a pesquisa obteve é sobre os motivos na hora de comprar um produto. Segundo os dados, 92% dos brasileiros levam em conta se a empresa em questão se preocupa com a sustentabilidade. Por outro lado, mais da metade considera trabalhoso procurar saber se essa companhia de fato realiza práticas adequadas.

Desconfiança

Para a VisualGPS, a desconfiança do brasileiro nas empresas está associada a produtos que são “amigos do meio ambiente”. Na visão dos entrevistados, isso é uma “jogada de marketing” para as empresas alegarem o cumprimento da ESG, em inglês normas de governança ambiental, social e corporativa.

“Historicamente, em diferentes setores, as campanhas publicitárias promoveram a ideia de responsabilidade individual. Estamos habituados a ver imagens que destacam práticas sustentáveis particulares, desde a reciclagem ao ciclismo e à utilização de sacolas de compras reutilizáveis. Esses conceitos, na sua maioria impulsionados por marcas e políticas públicas, reforçam a ideia de que a sustentabilidade é uma responsabilidade do indivíduo”, revela Rebecca Swift, Global Head of Creative Insights da iStock.

“Entretanto, conforme nossas descobertas do VisualGPS, as pessoas acreditam que o governo é o principal agente responsável por abordar os esforços de sustentabilidade e as preocupações ambientais relacionadas à mudança climática global. Os entrevistados acreditam que as empresas são tão responsáveis quanto os indivíduos quando o assunto é proteger o planeta e difundir práticas sustentáveis”, completa.

Ação conjunta

No levantamento, as pessoas acreditam que reproduzir a sustentabilidade requer uma ação conjunta de todos. Entretanto, outras pesquisas demonstram que os entrevistados enxergam mais necessidade de engajamento de terceiros do que deles mesmos.

Conforme o Edelman Trust Barometer 2023, uma em cada cinco pessoas querem que as empresas se envolvam mais em ações contra a mudança climática. O mesmo levantamento mostrou ainda que os entrevistados possuem baixa confiança no governo. Por outro lado, concluiu que as empresas estão ganhando confiança como única instituição capaz de se comprometer eticamente com a sustentabilidade.

“À medida que a crise climática acelera, os consumidores estão se tornando mais informados sobre o que é sustentável, como isso afeta o meio ambiente, quem são os responsáveis e se eles confiam nas alegações das empresas sobre serem ou não “amigas do meio ambiente”. Por sua vez, as companhias devem escolher mensagens visuais adequadas à ocasião”, finaliza Rebecca Swift.

*Esse conteúdo está relacionado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU 11, 12 e 13:
– Cidades e Comunidades Sustentáveis
– Consumo e Produção Responsáveis
– Ação Global Contra a Mudança Climática

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