A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que autorize abertura de inquérito para investigar o governador Marconi Perillo (PSDB). O pedido foi feito pelo vice-procurador-geral da República, José Bonifácio Andrada, se baseia em depoimentos e delação por ex-executivos ligados à empreiteira Odebrecht.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), os delatores relataram suposto pagamento a Marconi Perillo no valor de R$ 8 milhões de forma não contabilizada, ou seja, caixa dois, nas campanhas eleitorais de 2010 e 2014. Como contrapartida, a empreiteira pedia favorecimento em obras de saneamento básico.
Por sorteio, o caso foi distribuído para o ministro Benedito Gonçalves, que decidirá pela abertura de investigação ou pelo arquivamento, a partir de análises de relatos e possíveis provas a serem apresentadas pelos delatores. Não há prazo para a decisão do ministro.
Em nota, a defesa de Marconi Perillo diz que o “pedido de abertura de um inquérito baseado tão somente nas palavras de um delator causa perplexidade”, e argumenta que “o governador tem a convicção de que esclarecerá e restabelecerá a verdade em relação a tudo que foi dito pelos delatores, e espera o conhecimento pleno do que consta na delação para se manifestar.”
Leia a nota na íntegra:
“O pedido de abertura de um inquérito baseado tão somente nas palavras de um delator nos causa perplexidade.
A palavra do delator, como bem disse o Supremo Tribunal Federal (STF), não faz prova alguma. Pelo menos antes da abertura do inquérito, seria necessário ouvir a pessoa indicada e abrir uma sindicância anterior.
O governador Marconi Perillo tem a convicção de que esclarecerá e restabelecerá a verdade em relação a tudo que foi dito pelos delatores, e espera o conhecimento pleno do que consta na delação para se manifestar.
Conforme já demonstrado pela defesa e pela imprensa, há uma série de incongruências e incoerências nos depoimentos dos ex-executivos da Odebrecht.
A defesa aguarda que o mais breve possível seja dado o acesso à plenitude dessas delações para se pronunciar.
Antônio Carlos de Almeida Castro/Kakay”.