Uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos no primeiro semestre de 2021 mostra que 51% das brasileiras afirmaram já ter ouvido falar em planejamento reprodutivo. A falta de informação, que atinge metade da população feminina no país preocupa os especialistas quando o assunto é fertilidade, como explica o médico ginecologista e especialista em Reprodução Humana, Ricardo Pimentel, em entrevista à Sagres TV. Assista a seguir a partir de 00:04:00

”Diferente dos homens, a mulher produz todos os seus óvulos ainda na barriga da mãe, produzindo seu último em torno de 20 semanas de gravidez. Dali para frente ela só vai consumindo esse óvulos já produzidos. Então os óvulos da mulher têm a mesma idade que ela”, afirma.

Para Ricardo Pimentel, outro grande problema é que as mulheres não têm acesso às informações no momento certo.

”O maior desafio é que ao romper a barreira dos 35 anos, perde-se tanto em quantidade de óvulos quanto em qualidade. Quando passa dos 41, 42 anos os desafios ficam muito difíceis”, afirma.

Dados da literatura médica apontam que a cada ano que passa a chance de a mulher produzir um embrião de boa qualidade se reduz em 5%. De acordo com o especialista, aos 42 anos as estatísticas mostram que são necesários 61 óvulos para que seja possível atingir uma gravidez saudável.

Mas qual o melhor momento para se pensar no congelamento de óvulos para quem quer adiar uma gravidez?

”Oitenta porcento das pacientes chegam até nós depois dos 35 anos, em média 37 ou 38 anos. Para o congelamento de óvulos vale a máxima ‘nunca deixe para amanhã o que se pode fazer hoje’. Mas até quando congelar óvulos? Isso é uma resposta que se deve analisar individualmente”, afirma.

Segundo Pimentel, em uma paciente com menos de 35 anos, por exemplo, um bom planejamento seria congelar algo em torno de 15 a 20 óvulos, que daria a ela uma chance futura de gravidez em torno de 70 a 80% de sucesso.

Ricardo Pimentel no STM #460 com Jéssicas Dias e Lívia Baylão (Foto: Sagres TV)