Com seis votos a favor e dois contra, o diretório estadual do PMDB aceitou o processo que pode resultar na dissolução do diretório municipal do partido em Goiânia. A executiva estadual analisou o pedido que pede a retirada de Emival de Oliveira do comando da legenda na capital em reunião na manhã desta quarta-feira (20). O presidente do diretório metropolitano será notificado da decisão preliminar e, provavelmente na próxima quarta-feira, a executiva deve ouvir os envolvidos e decidir pela intervenção ou não. 

A reivindicação foi feita por líderes peemedebistas descontentes com a omissão do diretório nos casos de infidelidade partidária.

“No momento em que precisava de um posicionamento firme do diretório, ele não tomou, como no caso do vereador Túlio Maravilha, que depois renunciou ao seu mandato, ou em relação aos deputados Thiago Peixoto e Luiz Bitencourt”, exemplificou Adib Elias, presidente do diretório estadual, em entrevista ao repórter Samuel Straioto, da RÁDIO 730.

Para Adib, além disso, outro ponto de descontentamento seria a dificuldade que alguns peemedebistas vêem na construção, pelo atual diretório, de uma chapa de vereadores forte para a disputa eleitoral de 2012.

Outra motivação

No entanto, o presidente do diretório metropolitano, Emival de Oliveira, se defende das argumentações e acredita que a iniciativa tem outros objetivos. “Isso é um factóide. É um pano de fundo”, acusa.

Na avaliação dele, a intenção é enfraquecer o diretório metropolitano para que o partido não lance candidatura própria para a prefeitura de Goiânia em 2012, deixando o caminho aberto para uma possível reeleição de Paulo Garcia (PT).

“Estão tentando nos fragilizar por que o maior capital político eleitoral do PMDB é em Goiânia. O par ti do é bem estruturado, tem 42 mil filiados, tem credibilidade e aprovação. Nós não podemos entregar esse capital político de graça para o Par tido dos Trabalhadores (PT)”, defende.

Interferência irista?

Para Emival, a iniciativa de pedir a dissolução foi motivada por uma articulação do ex-prefeito de Goiânia e principal líder do partido no Estado, Iris Rezende. “Ele articulou isso com os vereadores por dois momentos em sua residência”, aponta.

Adib Elias nega e assegura que o ex-prefeito não teve participação alguma no caso. “Eu mesmo, há mais de 15 dias não vejo o ex-prefeito Iris. Ou seja, ele não teve intervenção nenhuma nesse processo”.

Para o presidente regional, a possibilidade de dissolução do diretório de Goiânia serve de recado para alguns integrantes da legenda. “Nós temos tomado posicionamento e feitos ações para engrandecer o partido e para não ter mais esse fato de e star no PMDB e apoiar outras candidaturas. Para quem quer fazer isso, o local não é o PMDB. Esse é um aviso aos descontentes. Quem não está contente, tem que sair”.