Cerca de 600kg de congelados foram apreendidos em uma fábrica de salgados clandestina durante fiscalização da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon), da Polícia Civil (PC), que funcionava em um galpão nos fundo de uma residência no setor Recando das Minas Gerais, região norte de Goiânia.

A PC chegou até a fábrica depois que foram encontrados salgados com data de fabricação de janeiro de 2017 em um supermercado de Aparecida de Goiânia, na região metropolitana, durante fiscalização feita há cerca de um mês.  A situação despertou a atenção da polícia e por isso a fábrica foi inspecionada.   A coordenadora de Fiscalização de Alimentos da Vigilância Sanitária da capital, Tânia Agostinho, explica que a situação era totalmente irregular.

“Sem teto, sem forro, aberto para o lado de fora, não tinha áreas de recebimento, de manipulação, ninguém de uniforme, os alimentos sendo processados em equipamentos cobertos com tecido. No banheiro um sanitário para dentro da área de manipulação e com meia parede. Os mosquitos pousavam no sanitário e iam para onde eram manipulados os alimentos. Bancadas e colheres de madeira quebrados, tudo errado. Não existia possibilidade de se fazer nada naquele local”, avalia.

Além da falta de estrutura e de higiene no local de manipulação dos alimentos, onde os salgados eram produzidos, também foram encontrados produtos vencidos. Tânia Agostinho ressalta que a fábrica não tinha sequer licença para funcionar.

“Interdição sumária. Ele só pode reabrir depois que fizer um projeto arquitetônico da fábrica. Quando o projeto for executado, um responsável técnico for contratado e implantar as boas práticas de fabricação, quando tudo isso estiver pronto a gente reabre. Caso contrário, se reabrir antes, vai incorrer novamente em crime contra a saúde pública”, afirma a coordenadora da vigilância sanitária.

O proprietário do comércio clandestino não estava no local. O delegado responsável pelo caso, Rodrigo Godinho,  ressaltou que um funcionário que trabalhava na hora da fiscalização explicou que houve uma falha no momento da impressão dos rótulos das embalagens dos alimentos.

“Informaram que houve um erro de etiquetamento. A etiqueta era para ter vindo com prazo de validade. Onde era a validade, a pessoa lá da gráfica escreveu, de forma incorreta, data de fabricação. Então quando carimbavam a data de validade, e não da fabricação. Então eles alegam que foi apenas esse o erro”, explica.

Segundo informações da Vigilância Sanitária de Goiânia, o proprietário chegou a procurar o órgão para se explicar sobre o processo de abertura da empresa, mas não legalizou a mesma. A fábrica foi interditada e o proprietário, além de pagar multa, vai responder pelo crime contra o consumidor.

Com informações da repórter Juliana Gomes