Com base nas últimas especulações de que o técnico Hélio dos Anjos (ele negou insistentemente qualquer contato ou chance de saída) estaria na mira da diretoria do São Paulo para comandar o tricolor paulista na sequência do Brasileirão, eu parei para pensar: Como nossos clubes estão na mão dos mesmos. Vira e mexe, na dança das cadeiras, a criatividade é pouca. Ou seria, as possibilidades são poucas. Se existe um cargo que está com carência no mercado é o de treinador. Não sei se pela volatilidade que existe. Alguns duram apenas uma temporada e são esquecidos como o Andrade. Outros roem, roem, roem e não saem da mesma situação. Há aqueles que só servem para apagar incêndio. E claro, há aqueles que só servem para encerrar temporada.

Acompanhando o dia a dia do Atlético nas últimas quatro temporadas, eu adoro assistir os treinos táticos e observá-los durante as partidas. Na minha opinião, Hélio dos Anjos é o melhor treinador que já passou no clube. Sem desmerecer aqueles que já passaram e fizeram história no Atlético-GO, mas o atual treinador é de longe o melhor trabalho na preparação para cada jogo. Tem físico, tem técnico, tem psicológico e tem muito (mas muito mesmo) tático. Inclui-se aí posicionamento, ajustes, toques de bola e encerra a jogada com finalização. Além da característica de envolver os jogadores emocionalmente. O Hélio é a versão dos gramados do diretor de futebol, Adson Batista. O perfil e o jeito de trabalhar são muito parecidos.

Bom voltando ao tema inicial, eu comecei a olhar os treinadores que estão empregados na Série A e Série B do Campeonato Brasileiro. Existem nomes extremamente conhecidos, alguns até ultrapassados e que insistem em trabalhar. Em uma parcela bem menor, existe renovação. Goiás e Vila Nova chamam a atenção por dar oportunidade a jovens treinadores como Enderson Moreira e Leonardo Souza.

Para ser treinador bastava conhecimento de tática, treinamentos, estudos do adversário e uma boa gestão com pessoas para que este profissional se dê bem. E esta gestão de pessoas não se restringe a jogadores. Tem que saber lidar bem com presidente e demais diretores. Algo similar a um gerente de algum setor de uma grande multinacional, sempre no fio da navalha. E esta questão também respinga no técnico da Seleção Brasileira que tem que administrar ainda mais fatores extra-campo para conseguir sonhar com uma equipe competitiva.

Mas a prática não é bem assim. Observamos que uma forte pitada de sorte é força motriz para se manter um profissional por um bom tempo na mídia, até que conquista o status necessário para perambular pelos principais clubes da Série A.

As constantes mudanças no comando, muitas vezes é sinal de que as coisas não vão bem dentro do planejamento traçado pela diretoria no inicio do ano ou do campeonato. Exemplos com o de Marcelo Veiga são tão comuns quanto levar o prêmio da MegaSena sozinho. Mas representa para os jogadores que o elo entre técnico e presidente é muito forte. Tanto que no ano passado chegaram a mandar embora quase um time inteiro. Veiga seguiu inabalável.

Gilberto Silva, volante do Grêmio, em uma de suas entrevistas, revelou sua surpresa com tantas mudanças na equipe gaúcha em tão pouco tempo. O tricolor começou com Renato Gaúcho, seguiu com Julinho Camargo e agora parou com a volta de Celso Roth (este sim é um exemplo claro de apagador de incêndio).

Se falta um lateral esquerdo com grande qualidade, um camisa 10 com toda a referência de um meia das décadas de 1970,1980… Está faltando bons treinadores. Quem tem o seu, que trate de o segurar o maior tempo possível. A fase é de escassez.

Confira a lista de treinadores dos 40 clubes brasileiros envolvidos no campeonato nacional e diga qual você gostaria no seu clube?

América (Givanildo Oliveira – 4º nome), Atlético-GO (Hélio dos Anjos – 3º nome), Atlético-MG (Cuca – 2º nome), Atlético-PR (Antônio Lopes – 4º nomes), Avaí (Toninho Cecílio – 4º nome), Bahia (Joel Santana – 3º nome), Botafogo (Caio Jr), Ceará (Estevam Soares – 2º nome), Corinthians (Tite), Coritiba (Marcelo Oliveira), Cruzeiro (Vagner Mancini – 4º nome), Figueirense (Jorginho), Flamengo (Vanderlei Luxemburgo), Fluminense (Abel Braga – 3º nome), Grêmio (Celso Roth – 3º nome), Internacional (Dorival Jr – 3º nome), Palmeiras (Felipão), Santos (Muricy Ramalho), São Paulo (Adilson Batista – 3º nome) e Vasco (Ricardo/Cristóvão).

ABC (Leandro Campos – 2ª passagem), Americana (Sérgio Guedes – 2º nome), Asa (Vica), Barueri (René Simões – 3º nome), Boa (Nedo Xavier), Bragantino (Marcelo Veiga), Criciúma (Márcio Goiano – 4º nome), Duque de Caxias (Paulo Campos – 4º nome), Goiás (Enderson Moreira – 5º nome), Guarani (Gida – 2º nome), Icasa (Márcio Bittencourt – 3º nome), Náutico (Waldemar Lemes), Paraná (Guilherme Macuglia – 4º nome), Ponte Preta (Gilson Kleina), Portuguesa (Jorginho), Salgueiro (Barbieri – 4º nome), São Caetano (Márcio Araújo – 4º nome), Sport (PC Gusmão – 3º nome), Vila Nova (Leonardo Souza – 4º nome) e Vitória (Vagner Benazzi – 3º nome).