Em entrevista exclusiva à Sagres nesta sexta-feira (17/9), o ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu o PT sobre a associação que se faz com corrupção. O ex-chefe de Estado afirmou que foi vítima de acusações que tinham o interesse de tirá-lo do poder e questionou algumas ações das autoridades sobre possíveis ilícitos do governo de Jair Bolsonaro. “Por que os procuradores que foram atrás do meu filho, não foram atrás de Queiroz?”.
Leia também: “Bolsonaro precisa ser interditado”, afirma Lula em entrevista à Sagres
Sobre a associação do partido à corrupção, Lula diz ser vítima. “Sabemos que qual é o objetivo de jogar essa associação em cima do PT. Fui vítima das acusações, porque a direita e a extrema direita acharam que não tinham como me conter se não fosse fazendo essa associação. Eu tomei a decisão de ir à Polícia Federal, quando poderia ter saído do País. Eu queria provar que o Moro era mentiroso. Eles não estavam preocupados em combater a corrupção”.
Confira a entrevista completa em áudio:
Lula acrescentou que todas as pessoas que fizeram delação contra ele ficaram ricos. O ex-presidente defende instituições responsáveis. “Eu já tenho meus 19 processos anulados. Só falta um que é o mais mentiroso. A lei da delação premiada é do PT, a lei do Acordo de Leniência é do PT. O que estamos exigindo é que as pessoas que ocupem instituições fortes sejam sérias e responsáveis. Eles estão causando problema pra instituição e é importante que eles conquistem e mantenham o respeito na sociedade. Eu quero saber: por que os mesmos procuradores que foram atrás do meu filho, não foram atrás do Queiroz?. Por que um filho do Bolsonaro não presta um depoimento?. Esse é um debate que eu vou adorar fazer durante a campanha”, ressaltou Lula aos jornalistas Cileide Alves, Rubens Salomão e Jéssica Dias.
Caso Queiroz
Queiroz, de 54 anos, é ex-policial militar e amigo pessoal de Bolsonaro. Trabalhou dentro do gabinete do filho mais velho do presidente, quando o hoje senador Flávio Bolsonaro era deputado na Assembleia Legislativa do Rio. Por meio da quebra de sigilo de Queiroz, o Ministério Público do Rio identificou que o ex-funcionário recebeu R$ 2 milhões por meio de 483 depósitos de dinheiro em espécie feitos por 13 assessores ligados ao gabinete do filho do presidente da República. Com isso, Queiroz e Flávio passaram a ser suspeitos de organizar um esquema de “rachadinha” no gabinete do parlamentar no Rio.
Queiroz chegou a ser preso em 2020 em um imóvel do advogado Frederick Wassef – que defendia Flavio Bolsonaro no caso das rachadinhas. O ex-assessor chegou a ficar em prisão domiciliar mas, atualmente, está em liberdade por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).