(Foto: Reprodução/ ONU)

Soldados de Portugal poderão reforçar em breve o contingente da Missão da ONU na República Centro-Africana, Minusca.

A revelação foi feita, em Bangui, pelo vice-comandante da força militar na operação de paz, o português Marco António Mendes Paulino Serronha.

Possível incremento

Portugal integra as tropas de paz que atuam em território centro-africano desde o início de 2017. Em setembro, cerca de 160 portugueses chegaram ao país elevando para 12.860 o total de soldados de paz.

“Mais 28 militares hão de chegar, esperemos enfim durante o mês de novembro, depois de ser autorizado, por Nova Iorque, este incremento da força. Portugal vai continuar presente aqui na República Centro-Africana, seja com a sua força de intervenção, seja com os seus militares que estão colocados essencialmente em algumas posições de staff aqui dentro da Minusca. Mas, pelo menos em 2019, Portugal vai continuar a dar o seu contributo para esta importantíssima missão da ONU em termos de operações de paz.”

O oficial português explicou ainda que a força portuguesa já esteve em áreas como a capital Bangui e nas cidades de Bossangoa e de Bocaranga, onde a sua atuação foi tida como um exemplo para tropas internacionais no terreno.

“É uma força que, de algum modo, pela sua capacidade de atuação, constitui um exemplo daquilo que no futuro se pretende com as capacidades de maior mobilidade das forças, que vai sendo pedido aos países contribuintes da Missão da ONU. A capacidade de mobilidade tem sido um bom exemplo, e esse bom exemplo tem sido espelhado não propriamente por mim, que estou aqui há um mês, mas pelo force commander, o General Keita, relativamente àquilo que são as capacidades é o exemplo que outras forças que vierem agora podem desempenhar funções de intervenção rápida.”

Civis

O  vice-chefe militar da Minusca deixou o território centro-africano para Nova Iorque. Antes, Serronha esteve na área de Kaga-Bandoro, onde disse que é preciso enviar uma presença militar para “agir e reagir protegendo à população e aos civis”. 

O vice-comandante afirmou que sem proteção adequada, os deslocados e os residentes de aldeias da área central “estão expostos ao assédio ou agressão de grupos armados, ou mesmo de bandidos” atuando na área.

O oficial destacou que meios blindados e ligeiros conferem a capacidade de projeção rápida e elevada “ação tática em operações militares, em qualquer ponto do território”. Algumas vezes torna-se necessário um helicóptero para intervir.

Para o vice-comandante, a principal limitação na intervenção das forças portuguesas na República Centro-Africana tem sido o estado das estradas, que piora na época das chuvas.