O Sagres Online continua nesta quinta-feira (8/7) com a série de entrevistas com os pré-candidatos à Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Goiás (OAB-GO). As entrevistas foram feitas de forma gravada pela internet e todos responderam aos mesmos questionamentos. As eleições serão realizadas em novembro.

Hoje, o entrevistado é Rafael Lara Martins, advogado há 17 anos e atual conselheiro federal da OAB e diretor geral da Escola Superior de Advocacia (ESA-Goiás).

Sagres: Por que você se lançou como pré-candidato nas Eleições OAB 2021?

Rafael Lara: Nós estamos trabalhando com a ordem e pela ordem em prol da advocacia nos últimos cinco anos e meio sob a presidência do nosso grande líder o presidente Lucio Flávio. Com tantos avanços e com tantas coisas positivas construídas para advocacia entendemos que a gente tem muito ainda para construir. Sabemos que temos pontos de melhoria e pontos de avanço e nossa gestão tem certeza que precisamos apontar para o futuro na advocacia mantendo o que de bom foi feito, corrigindo as falhas e reconstruindo e inovando nas pautas da advocacia. O grupo de uma forma geral tem a certeza de que eu vou ter esse compromisso com advocacia, de manter a reestruturação da ordem, a reaproximação da advocacia e o avanço cada vez maior nessas pautas.

Sagres: Por que a classe deve escolher o senhor entre os outros pré-candidatos? Qual o seu diferencial?

Rafael Lara: Cada advogado tem sua proposta, suas ideias, seus motivos e não faço comparação com os outros colegas que muito respeito. Acredito que nós somos uma gestão já experimentada, uma gestão aprovada, uma gestão que pagou uma dívida de R$ 23 milhões de reais, uma gestão que criou a Procuradoria de Prerrogativas, uma gestão que trouxe novamente para a OAB respeito, independência política no Estado de Goiás, que a muito tempo tinha se perdido. Sabemos que é momento de avançar, é um momento de regionalizar a procuradoria e trabalhar na modernização da Ordem, da nossa classe e da nossa profissão. É o momento de acolhermos os 40% de advogados de início de carreira inscritos na OAB Goiás, mas sem se esquecer dos advogados seniores que ainda não têm plena intimidade digital nesse novo mundo. Nós temos a experiência comprovada e demonstrada do que foi feito até agora e com muita energia poderemos avançar e trazer inovação.

Sagres: Quais as dificuldades que o senhor entende que os advogados, tanto os de início de carreira, quando os veteranos, enfrentam hoje? Como o senhor pretende trabalhar para atendê-los?

Rafael Lara: São muitas as demandas da advocacia, como sempre foram e sempre vão ser. A advocacia representa a sociedade tanto de forma extrajudicial quanto perante os poderes instituídos. Para cada ramo da advocacia, para cada faixa etária de inscrição da advocacia nós temos demandas especiais e questões que precisam ser levantadas. A principal demanda da advocacia, sem dúvida, sempre foi e sempre será as prerrogativas da advocacia. Em primeiro lugar, àquelas relativa aos advogados de início de carreira, aos advogados do interior nas subseções e de todas as áreas de atuação. Nós construímos e criamos uma procuradoria de prerrogativas e ela é modelo para o resto do país. Ela foi criada de forma bastante inovadora aqui no Estado de Goiás. Na primeira gestão, conseguimos fazer concurso, contratar procurador de prerrogativas. Numa segunda gestão, conseguimos fortalecer essa procuradoria de prerrogativas com cartório próprio e dando continuidade às demandas. Agora, nessa próxima gestão, nós vamos regionalizar a procuradoria de prerrogativas e trazer ela mais próxima da advocacia do interior, a fortalecendo cada vez mais.

Temos também a necessidade de um olhar atento para o mercado de trabalho, para valorização e inserção do jovem advogado que acaba de entrar e chegar na advocacia. Olhar para esse advogado que se inscreveu na Ordem no meio da pandemia, no mundo totalmente novo, em um mercado totalmente novo com normas de publicidade que precisam ser sempre vistas com olhos de modernidade. A OAB para essa próxima gestão acredita que precisa ser muito combustível para toda essa advocacia que quer trabalhar. A advocacia traz também algumas batalhas muito significativas em relação a própria existência do Poder Judiciário. No pós-pandemia, nós não queremos que o Poder Judiciário se resuma a uma tela de computador, não queremos ter um juiz que não está morando em sua comarca, nós não queremos ter servidores que não atendem presencialmente os advogados e não queremos também ter custas judiciais que praticamente proíbem os nossos clientes de proporem as demandas deles na advocacia. Queremos estar muito próximos, ao lado da advocacia nessas lutas.

Sagres: Como a pandemia afetou o trabalho dos advogados? Qual o planejamento do senhor para minimizar os impactos?

Rafael Lara: A pandemia afeta não apenas a questão da virtualização do trabalho da advocacia, mas também o dia a dia completo. A OAB Goiás precisou fazer mais de 20 mandados de segurança para garantir que a advocacia pudesse abrir o seu escritório. Tentaram impedir que advocacia trabalhasse. Nós ficamos firmes ao lado dessa advocacia. Mas fomos impactados economicamente no recebimento dos honorários, nas negociações de honorários, na assistência judiciária e na expedição de alvará. Ainda estamos vivendo a pandemia e trabalhando no dia a dia praticamente apagando incêndios e reconquistando esse espaço. Daqui a pouco nós vamos estar falando de um pós pandemia e é para isso que a gente tem que olhar. Para que essa nova realidade virtual da advocacia não seja excludente e que tenhamos uma realidade que traga ferramentas positivas para colaborar com o nosso trabalho. Precisamos de ferramentas para que a gente não precise, por exemplo, se locomover para fazer uma audiência de conciliação no Fórum, mas que a gente tenha acesso presencial aos servidores e ao juiz quando necessário, para que a gente consiga fazer audiências de instrução presenciais, para que o advogado possa escolher uma sustentação oral do escritório da sua cidade ou presencialmente. Existe um novo mundo com novas demandas para advocacia.

Sagres: Qual sua avaliação sobre a atual gestão da OAB-Goiás?

Rafael Lara: Eu tenho muito orgulho dessa gestão. Acho que o presente Lúcio Flávio foi um líder e possibilitou que a gente tivesse uma Escola Superior de Advocacia que revolucionasse a forma da advocacia receber cursos e ter acesso a cursos. Ele é um presidente que estimulou a Caixa de Assistência dos Advogados mudar a forma de atender a advocacia. É uma gestão que reestruturou a OAB administrativa e economicamente falando, pagando a dívida da OAB e diminuindo o número de colaboradores, otimizando os serviços. É uma gestão que estruturou a Procuradoria de Prerrogativas e que atualizou e reformou 168 salas da OAB que estavam abandonadas. Nós conseguimos modernizar 100% das salas da OAB em todo o Estado de Goiás. Sabemos que nenhuma gestão é perfeita e precisamos ajustar aquilo que precisa ser ajustado e continuar avançando nas pautas.

Sagres: Qual a mensagem que você gostaria de deixar para os advogados de Goiás?

Rafael Lara: Eleições são em novembro e nós não vamos nos atrever a trazer aqui uma camisa pronta para vestir na advocacia, apesar de estarmos próximos e conhecermos advocacia. O movimento está viajando o estado inteiro e, aqui em Goiânia, estamos ouvindo a classe para conhecer a realidade de cada cidade nesse momento que surge na pandemia e a realidade de cada tempo de inscrição da advocacia. Vamos construindo junto com cada advogado esse caminho. E no momento certo, a gente vai poder trazer as nossas propostas e aquilo que a gente acredita que vai ser o melhor para o futuro da Ordem porque o nosso compromisso com advocacia não é apenas nas prerrogativas e na luta pelas custas judiciais, mas também estar próximo da advocacia na capital e no interior do Estado e ouvir todas as demandas.

A próxima entrevista do Sagres Online será com a pré-candidata Valentina Jungmann Cintra. A reportagem será publicada nesta sexta-feira (9/8). Você pode conferir a primeira entrevista com o pré-candidato Júlio Meirelles clicando aqui.