Por captação ilícita de votos e recursos e abuso de poder econômico, o atual prefeito de Goiatuba, Reinaldo Cândido, e o vice-prefeito, Ronaldo Salatiel, além dos vereadores Genusvaldo Galdino de Araújo e Jubes Carlos Marques da Silva, tiveram os mandatos cassados por votação unânime seguindo voto do relator Airton Fernandes de Campos na noite desta quinta-feira (27) pelo Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO). O TRE realizará novas eleições em cerca de 60 dias.
De acordo com o advogado eleitoral Dyogo Crosara, o processo contém mais de 7 mil páginas com provas robustas que confirmam esquema de compra de votos liderado pelos candidatos e seus correligionários. O ex-vereador Sieber Buzaim era o coordenador geral da ação. Em vídeo feito por Sieber, o mesmo aparece em conversa com Ronaldo Salatiel assegurando o compromisso firmado pelo prefeito de garantir a Secretaria de Planejamento de Goiatubapara Sieber, caso ele assumisse a execução da compra de votos.
Conforme consta em provas testemunhais colhidas em audiência e provas documentais, Sieber contatava candidatos a vereadores de suas bases e cabos eleitorais de sua confiança para que estes formassem listas de até 12 eleitores que pudessem ter seus votos comprados. Aos eleitores era feita a proposta de receberem a quantia de 100 reais para votarem num certo candidato a vereador e nos candidatos a prefeito e vice, Reinaldo e Ronaldo.
Segundo Crosara, o próprio vice-prefeito Ronaldo aparece num vídeo voluntário gravado por Sieber, falando do acordo e que não há prova mais cabal da participação dos requeridos. O Tribunal Superior Eleitoral entende que é suficiente o benefício evidenciado por parte dos candidatos, conforme previsto no Artigo 41-A da Lei das Eleições.
Para o advogado eleitoral, a celeridade da Justiça Eleitoral é evidente, tanto nos julgamentos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quanto do TRE-GO. “Prova disso são as várias ações que envolvem prática de corrupção eleitoral que já foram julgadas logo após o último pleito municipal. Há alguns anos, levavam-se anos”, aponta.