(Foto: Sagres Online)

Um bom humor e uma memória como poucos. Assim é Hailé Selassié de Goiás Pinheiro, presidente do Conselho Deliberativo do Goiás Esporte Clube. Dos 76 anos comemorados pela agremiação neste sábado (6), 56 foram construídos com a participação do octogenário dirigente. 

Aclamado pela maioria dos presidentes esmeraldinos como o grande dirigente do clube de todos os tempos, Hailé Pinheiro, em entrevista ao jornalista Charlie Pereira, elege o seu próprio, e justifica.

“Lino Barsi. Ele fundou o Goiás. Eu sempre falo para o filho dele que o pai dele foi o responsável por tudo. Só culpa dele. Se ele não tivesse fundado o Goiás, eu não tinha sofrido tanto”, relembra.

Segundo Hailé Pinheiro, desde que chegou ao clube, jamais levantou um título como presidente. “Desde 25 de julho de 1963, quando eu assumi o Goiás, com 26 anos, que eu estou sofrendo. Sou o único dirigente do Goiás que nunca ganhou um campeonato. Em todos os jogos que eu vou, é o seguinte: se o time joga bem, os jogadores são bons, o treinador é competente; se o time perde, Hailé Pinheiro é o culpado”, constata.

Decepção

Por falar em títulos, o que poderia ser o maior na extensa galeria alviverde, escapou entre os dedos do esmeraldino. Quem não se lembra da fatídica decisão por pênaltis em Avellaneda, em que os argentinos do Independiente levaram a melhor sobre o Goiás, após uma campanha histórica na Sul-Americana, depois de eliminar times como Palmeiras e Peñarol-URU? Para Hailé, o Goiás foi garfado na noite daquele 8 de dezembro de 2010, no Estádio Libertadores da América. 

“Não passamos sufoco nenhum. Nós jogados muito bem. Só não ganhamos porque aquele povo é uma cambada de ladrão. A Argentina deveria sair do mapa. Não tem o Papa Francisco? Quando eu lembro que ele é argentino, eu fico descrente. Será que tem algum argentino humilde no mundo? Não tem, não (risos)”, brinca.

Técnico

O técnico da histórica campanha no torneio sul-americano era Arthur Neto. No entanto, na opinião do dirigente esmeraldino, outros nomes se destacam na linha do tempo do Goiás.

“O Paulo Gonçalves é um técnico de natureza, gelado, frio, calculista. Estrategista igual a ele eu não conheci, não. Ele e o Cuca. Gosto muito, muito do Cuca. O Cuca, se não fosse louco, era o melhor técnico do mundo”, afirma, se dirigindo ao treinador que comandou o alviverde em 2003, campeão estadual daquele ano.

Responsabilidade

Por fim, aos 82 anos, Hailé Pinheiro encerrou a entrevista descrevendo, em pouquíssimas linhas, como é estar à frente do aniversariante Goiás Esporte Clube, e surpreende. “Ser dirigente do Goiás é exatamente como ser governador do Estado, prefeito de Goiânia. Se você não se segurar, a vaidade te domina”, conclui.

Confira a entrevista concedida ao comentarista Charlie Pereira

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