Magda Chambriard, presidente da Petrobras, criticou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) pela demora em autorizar a exploração de petróleo na margem equatorial no litoral da faixa do Rio Grande do Norte. A licitação para explorar a área chamada de novo “pré-sal” ocorreu em 2013.

A exploração da região é criticada por ambientalistas porque a área inclui a foz do Rio Amazonas, pois pode gerar danos ambientais. A extensão da margem equatorial vai da costa do Rio Grande do Norte à do Amapá e tem um  potencial de produção de petróleo. Mas para conseguir explorar a empresa tenta convencer a área ambiental do governo de que não haverá problemas ambientais.

“A gente já perdeu dez anos”, lamentou Chambriard. A estatal pode perfurar partes do litoral do Rio Grande do Norte, mas o Ibama não autorizou a exploração na parte mais ao norte do país, a chamada margem equatorial. Então, Chambriard ressaltou a “excelência” da Petrobras na produção de Petróleo e argumentou que a empresa é responsável em outras áreas do litoral do país.

“A gente explora no pré-sal, em frente a Ipanema, em frente a Búzios, em frente a Angra dos Reis, e todos os atores, sejam eles a sociedade, os prefeitos, os deputados, está todo mundo feliz com a atuação e com a receita e com desenvolvimento que provêm dessa exploração e dessa produção”, afirmou.

Margem equatorial

Magda Chambriard defende a exploração da margem equatorial desde que assumiu a presidência da Petrobras no fim de maio. Para a gestora, a exploração da área “é uma questão de segurança nacional”, disse. As declarações ocorreram no evento FII Priority Summit, na quarta-feira (12), no Rio de Janeiro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também defendeu a exploração de petróleo na margem equatorial ao discursar no evento. Na ocasião, então, Chambriard destacou as ações da estatal na redução da emissão de gases do efeito estufa durante a produção de petróleo e seus esforços para a  descarbonização. 

“Somos uma empresa que está investindo muito em descarbonização. A pegada de carbono de um projeto da Bacia de Santos do pré-sal é metade da pegada de carbono [de um poço] tradicional. Isso é a prova que a Petrobras está atenta para a questão do meio ambiente, estamos encarando a transição energética, somos vanguarda em renováveis”, afirmou.

Ao mesmo tempo em que critica o Ibama, Magda Chambriard tenta convencer a área ambiental a liberar a exploração. A autarquia é vinculada ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). Mas ela acredita que a liberação irá ocorrer com “convencimento e esclarecimento”, uma vez que o MMA tem assento no Conselho Nacional de Política Energética.

*Com Agência Brasil

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 13 – Ação contra a mudança global do clima.

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