O Conselho Regional de Contabilidade de Goiás (CRC/GO) está sob intervenção do Conselho Federal da categoria. O presidente, Luiz Antônio Demarcki, foi afastado do cargo porque ele e o ex-presidente Edson Cândido Pinto são investigados pela Polícia Federal. A intervenção foi determinada no dia sete de abril deste ano.
Um acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) foi enviado ao Ministério Público Federal em Goiás. O procurador da república Raphael Perissé abriu um processo para apurar supostas irregularidades e enviou o caso para a investigação da Polícia Federal. Lá, o inquérito está sob sigilo e é comandado pela Delegada Esmeralda Aparecida de Oliveira.
A primeira denúncia foi feita por um conselheiro do Conselho Regional em fevereiro, ao Conselho Federal, mas não obteve resultado. Em março os documentos foram encaminhados ao TCU e ao Ministério Público Federal.
A denúncia aponta superfaturamento na compra de produtos e serviços, junto a Gráfica e Editora Renascer e à Papelaria Tributária. De acordo com o Tribunal de Contas da União, houve descumprimento dos princípios básicos da Lei de Licitações nestas contratações e Edson Cândido deve devolver ao Conselho mais de R$ 55 mil reais que teriam sido desviados.
Irregularidades também são apontadas na contratação de dois funcionários por concurso público. O gabarito e o resultado não foram divulgados e as provas dos dois aprovados apresentam indícios de favorecimento.
O ministro Augusto Sherman Cavalcanti é o relator do acórdão do Tribunal de Contas da União. O documento aponta que devem ser realizadas audiências e oitivas com 14 envolvidos em irregularidades e desvios de verba no Conselho Regional de Contabilidade.
O presidente do Conselho Federal, Juarez Domingues Carneiro, informou através da assessoria que não vai se pronunciar sobre a intervenção. O presidente e todos os diretores do Conselho Regional foram afastados dos cargos.
Reportagem: Rubens Salomão