Fernando Frazão/Agência Brasil
Depois das manifestações de apoio a seu governo neste domingo (26), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) concedeu entrevista à TV Record e propôs um acordo entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para aprovar as reformas propostas, principalmente a chamada Nova Previdência. Primeiro, Bolsonaro analisa as manifestações ocorridas em 155 cidades de todos os estados e no Distrito Federal.
“Primeiro eu não considero como protesto, é uma manifestação espontânea, que não teve ninguém protagonizando isso, ou seja, veio do coração do povo, se manifestar em prol de uma pauta definida” afirmou. “Um povo ordeiro que veio cobrar, pedir, nada mais além, do que nós aqui em Brasília, Poder Executivo e Poder Legislativo, coloque em pauta matérias que interessam para o futuro do nosso Brasil” completou.
Mais cedo, ainda na manhã de domingo, o presidente afirmou que as manifestações eram contra “as velhas práticas políticas”. A declaração foi interpretada como um ataque de Bolsonaro ao Congresso Nacional, já que parlamentares e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, estavam no centro das críticas nas ruas. Na entrevista, Bolsonaro negou que tenha atacado o Legislativo.
“Tudo que eu falo transforma-se numa tsunami contra o Parlamento, eu não quero brigar com o parlamento e o parlamento acho que nem quer brigar comigo, mas, na verdade, incomoda muito a gente, o que se fazia antigamente, era que após as eleições, o novo presidente distribuía em especial Ministérios para os respectivos partidos políticos, o que o povo não quer é isso”.
O presidente destacou quais pautas devem ser priorizadas por este trabalho conjunto entre poderes no Brasil. “Eu peguei um orçamento já com problemas, estamos pedindo suplementação de verba de um pouco acima de R$ 200 bilhões para poder concluir o ano, então nós precisamos de pautas, outras além dessa que eu falei, como a reforma tributária” ressaltou.
Bolsonaro adianta que vai fazer uma reunião para definir o acordo político e começa explicando como está sua relação com Rodrigo Maia. “Nós estamos em harmonia, mas eu acho que falta a gente conversar um pouco mais, e a culpa é minha também, para que nós coloquemos na mesa o que nós temos que aprovar, o que nós temos que também revogar, porque tem muita legislação que atrapalha o crescimento do Brasil”.